Notícias
BOLSISTA EM DESTAQUE
Bolsista identifica problemas de saúde pela seca no semiárido
Fernando Pereira Silva é bacharel em Geografia pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e mestre em Desastres Naturais pela Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). No mestrado, ele analisou os impactos de uma grande seca na região semiárida.
Fale sobre seu trabalho.
A minha linha de pesquisa se deu em desastres hidrometeorológicos, mais especificamente a seca. A minha área de pesquisa foi o Semiárido brasileiro, que atinge dez estados (os nove do Nordeste e o norte de Minas Gerais). O foco foi estimar algumas características do impacto da grande seca que aconteceu de 2012 a 2016, em especial os impactos socioeconômicos. Para isso, utilizei o monitor de secas desenvolvido pelo Cemaden e cruzei referências e dados de ordem socioeconômica para ver se, em áreas onde houve uma seca física mais severa, houve consequências mais graves.
E quais foram os impactos observados?
Nos impactos de saúde tivemos os maiores números de mortes e internações por desnutrição e anemia nos anos de secas mais fortes (2012 e 2013). A seca também impactou diversos setores da economia, principalmente a agricultura. O semiárido é uma região que produz uma quantidade gigantesca de alimentos. Tem algumas culturas muito importantes para exportação e consumo interno, e eu analisei principalmente feijão, milho e arroz. Todas foram muito impactadas, assim como carne, leite e outros derivados de origem animal.
Qual a importância de um monitoramento constante desses impactos e em que é necessário evoluir?
A seca é um fenômeno muito difícil de prever. Se nós conversarmos com os melhores especialistas do Brasil, sem dúvida eles vão dizer que é extremamente difícil medir o início de uma seca, o fim de uma seca e, principalmente, os impactos associados. Nós temos uma ideia das componentes de impacto que são mais afetadas, como abastecimento, geração de energia elétrica, agricultura em larga escala e familiar. O Cemaden tem avançado justamente nisso. Nós, hoje, monitoramos os principais componentes de impacto e temos que avançar um pouco mais para conhecer os outros efeitos e impactos associados.
Como fazer isso? Quais os próximos passos?
Precisamos, para isso, investir em sensores mais eficientes e em um índice de secas mais adaptativo para as realidades do semiárido, que são bastante diversas. Temos muito serviço pela frente ainda. Talvez eu sugira, na tese, ampliar os componentes de impacto da seca atualmente monitorados pelo Cemaden. Não há um monitoramento específico para a saúde, por exemplo, e na minha dissertação, como já disse, verifiquei que existe forte correlação entre secas graves e aumento de internações e mortes por desnutrição e anemia.
Qual a importância da CAPES para o trabalho?
A bolsa da CAPES ajudou a realizar o meu sonho de me tornar mestre, além de auxiliar no meu desenvolvimento pessoal. Eu conheci várias regiões do Brasil por causa disso.
Legen
da
da
s imagens:
Banner imagem 1:
Fernando Pereira Silva pesquisa desastres naturais em programa de pós-graduação da Unesp e do Cemaden
(Foto:
William Santos - CGCOM/CAPES
)
Imagem 2:
Ao cruzar dados, o pesquisador constatou impactos na saúde e na economia
(Foto:
William Santos - CGCOM/CAPES
)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura
CGCOM/CAPES