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Bolsista de engenharia participa de projeto de satélite da Nasa
A partir da atuação como bolsista de graduação-sanduíche do programa Ciência sem Fronteiras ( CsF ), o estudante Mateus Oliveira, de 22 anos, hoje integra um projeto espacial patrocinado pela Nasa, a agência espacial americana, em uma instituição dos Estados Unidos, a Universidade de Saint Louis.
Aluno de engenharia aeroespacial na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mateus começou a trabalhar no laboratório de sistemas espaciais após cursar uma disciplina prática ministrada pelo diretor da equipe e obter notas altas. "A seleção foi feita a partir de encontros com o professor e membros do laboratório. Também tive que entregar meu currículo e uma carta relatando sobre minha vida acadêmica, meus projetos e porque gostaria de trabalhar no laboratório", conta.
O laboratório de sistemas espaciais que Mateus faz parte é responsável pelo projeto Rascal, um satélite de duas pequenas naves espaciais para aprimorar tecnologias de operações de proximidades e percepção no espaço. "Para realizar a missão, o satélite tem vários subsistemas, como subsistema de propulsão, de imagem, entre outros. Por meio do subsistema de imagem será possível obter imageamento infravermelho com detecção de proximidade e de operações automatizadas. Após serem lançadas no espaço, as naves espaciais entrarão em sincronização e, assim, será possível obter parâmetros como distância e velocidade, que posteriormente serão processados e contribuirão para aprimorar manobras no espaço", explica o estudante.
Rascal
A Nasa tem projetos educacionais e parcerias com muitas universidades dos Estados Unidos e, anualmente, seleciona os melhores projetos do país para serem lançados no espaço por meio do seu programa educacional de nanossatélites. Rascal foi um dos selecionados no ano passado.
O satélite está sendo construído no Laboratório de Sistemas Espaciais da Universidade de Saint Louis e tem previsão de lançamento para 2016. "Meu trabalho abrange várias partes, como construção, realização de testes e documentação. Atualmente estou trabalhando na documentação de um dos subsistemas do Rascal. Tem sido uma experiência fantástica participar de um projeto como esse. É uma grande conquista para a minha carreira e, consequentemente, para a UFMG", define Mateus.
Retorno e contribuição
O estudante de engenharia afirma que pretende aplicar a experiência adquirida por meio do intercâmbio em sua instituição de origem. "Tive a oportunidade de cursar matérias que não são disponibilizadas na UFMG, conheci diferentes didáticas e participei de projetos que poderão contribuir para aprimorar o meu curso no Brasil. Tenho um grande desejo de contribuir com os projetos da minha instituição. A universidade tem diversos projetos importantes que contribuem para o crescimento e aprendizado dos estudantes, como aerodesign, rumo ao espaço, além de diversas oportunidades de iniciação científica", afirma.
Mateus destaca que os novos conteúdos aos quais teve contato nos Estados Unidos deverão ser utilizados em seu retorno ao país. "Durante meu intercâmbio nos EUA tenho aprendido bastante sobre diferentes áreas, como design de aeronaves, programação, análise estrutural, CubeSat Missions etc. Ao retornar a UFMG pretendo me engajar novamente em algum projeto e estarei a disposição para ajudar da melhor forma possível aqueles que me solicitarem contribuições".
Oportunidade de crescimento
Morando há nove meses nos Estados Unidos, o Mateus considera o CsF uma excelente oportunidade para os estudantes brasileiros. "Pelo Ciência sem Fronteiras é possível viver uma experiência única, tanto pessoal quanto profissional. O estudante cursa disciplinas diferentes, participa de projetos, conhece outras culturas, faz estágio em grandes empresas, participa de pesquisas nas melhores universidades do mundo, além aperfeiçoar as habilidades em outro idioma", ressalta. Sobre a língua, o estudante explica que no laboratório em que trabalha tem tido a compreensão dos colegas que o ajudam quando enfrenta dificuldades com alguns termos técnicos.
Depois dessa experiência na graduação, Mateus se mostra confiante com o futuro. "Com o CsF, obtive um grande crescimento profissional, acesso a ótimas oportunidades e consegui aproveitá-las. Hoje em dia me sinto mais preparado e qualificado para seguir minha trajetória", conclui.
Ciência sem Fronteiras
Lançado em dezembro de 2011, o
Ciência sem Fronteiras
busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio de suas respectivas instituições de fomento – Capes e CNPq.
Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior. Dados do programa podem ser consultados no Painel de Controle do CsF .
( Pedro Arcanjo )