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Bolsista da CAPES ganha prêmio para físicas
Dinalva Aires Sales recebeu no dia 16 de julho, em cerimônia virtual, o Prêmio Carolina Nemes 2020, honraria nacional dada a jovens mulheres iniciantes na carreira do ensino e pesquisa em Física. Concedido desde 2018 pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), a premiação destacou o trabalho da cientista no cenário brasileiro por suas ações de pesquisa, ensino, extensão, gestão e tecnologia.
Ex-Bolsista da CAPES, no doutorado em Física, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Dinalva fez dois pós-doutorados, um deles na National Aeronautics and Space Administration (Nasa), nos Estados Unidos, e hoje trabalha como professora, pesquisadora e coordenadora de Bolsas Institucionais da Universidade Federal do Rio Grande.
Qual a importância do Prêmio Carolina Nemes para a sua carreira?
Este prêmio tem vários significados para mim. Tem um significado pessoal, outro profissional e um terceiro significado para o local onde atuo. Estes três fatores foram e são fundamentais na minha trajetória. Na questão pessoal, isto remete à história da minha família. Somos piauienses e retirantes. Fomos para o interior de São Paulo, morar em São José dos Campos, pois minha mãe acreditava que poderíamos alcançar coisas melhores na vida. Por isso, digo que este prêmio não é um resultado só meu, mas de uma família inteira que trabalhou sempre para o fortalecimento familiar por meio da educação.
E do ponto de vista profissional?
Iniciei meu trabalho em 2016 na FURG justamente para me envolver e sanar algumas das necessidades desta instituição. Neste sentido, sempre me engajei em todos os pilares da educação superior – o ensino, a pesquisa e a extensão, chegando agora, à área da gestão institucional, como coordenadora da área de bolsas. Tentei, neste tempo, trazer um novo olhar para a área de física, buscando contribuir com projetos voltados para a educação básica assim como para a pós-graduação, contemplando toda essa revolução das tecnologias que vem acontecendo.
Qual a importância dessa conquista para a sua instituição?
A Universidade Federal do Rio Grande é uma instituição que fica no extremo sul do Brasil e, por causa deste fato, o prêmio é muito significativo porque a conquista projeta a instituição para todo o País e dá uma representatividade feminina para uma ciência que é muito tradicional. É muito importante ter essa representatividade porque ela tem o poder de inspirar outras mulheres, outras meninas, e mostrar que elas também podem conseguir ver a possibilidade de ser uma cientista.
Qual é o foco principal da sua atuação como cientista na área da física?
Meu foco fundamental está na transformação social do local onde eu estou. Neste momento, estou aqui buscando transformar o campo da física, que não tinha tanta representatividade, mas que agora vem avançando e conquistando maior espaço na instituição.
Qual abordagem você emprega no ensino e na pesquisa em física?
Eu sempre tive um olhar transdisciplinar. Eu não consigo ver a ciência como “caixinhas bem moldadas”. Eu acho que o trunfo da ciência, a elegância da ciência, é você fazer grandes perguntas e usar as ferramentas da ciência, da pesquisa, para respondê-las de maneira transdisciplinar. Eu faço perguntas e uso a matemática, a física, a astronomia, a computação, a estatística, uso tudo, para responder, de maneira abrangente, uma grande pergunta.
Como foi a sua experiência na Nasa?
Eu vi e aprendi muitas coisas interessantes na NASA. Acima de tudo, eu vi um profissionalismo no mundo da pesquisa, um profissionalismo que eu venho buscando trazer para o Brasil e aqui para FURG. Eu quero profissionalizar todos os elementos do processo de pesquisa e trazer pessoas qualificadas não só nas ciências exatas, mas também na administração, mentoria, planejamento estratégico, competências emocionais e profissionais.
Qual a contribuição da CAPES para a sua formação?
A CAPES foi a instituição que permitiu a minha dedicação apenas ao mundo da ciência, com foco apenas na pesquisa. Foi ela que me permitiu adentrar inteiramente no universo da física. Isso foi fantástico, porque apenas desta forma, apenas estando cem por cento, você consegue avançar muito no conhecimento.
Sobre o Prêmio
O Prêmio Carolina Nemes foi criado pela SBF para reconhecer as contribuições femininas para o desenvolvimento da física e diminuir a diferença de gênero no Brasil. Seu nome é uma homenagem à destacada professora de física brasileira que lecionou na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e em outros países como Alemanha, Estados Unidos, França, Itália e Portugal. Foi pioneira na construção de uma linha formalista de pesquisa em física.
Legenda das imagens:
Banner: Imagem ilustrativa (iStock.com/Margaritabalashova)
Imagem 1:
Natural do Piauí, a pesquisadora Dinalva Aires Sales atua hoje no Rio Grande do Sul
(Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem 2:
Dinalva Aires Sales recebeu o Prêmio Carolina Nemes 2020
(Foto: Arquivo Pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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