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Bolsista da CAPES explica a relação entre o estresse e o cabelo branco
Farmacologista pela Universidade de São Paulo (USP), Thiago Cunha possui mestrado e doutorado em Ciências Biológicas pela mesma instituição. Atualmente é professor da faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e trabalha no Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (Crid).
Como se deu o interesse em trabalhar com o assunto?
Meu laboratório trabalha investigando a neurobiologia da dor crônica. Estamos estudando a dor aguda utilizando uma toxina que ativa as fibras de dor chamada resiniferatoxina. Nesse momento observamos que as cobaias desenvolviam uma pelagem branca algumas semanas depois de terem passado por este estimulo doloroso. Lançamos a hipótese que isso seria causado pelo estresse. Nesse momento eu estava saindo para um período como professor visitante na Universidade de Harvard, pelo programa CAPES/Harvard para jovens pesquisadores. Ao chegar lá, descobri que o grupo onde me inseri tinha feito descobertas similares. Foi quando fui convidado para integrar esse projeto.
Qual o objetivo da pesquisa?
Avaliar como o estresse poderia levar ao desenvolvimento de pelos brancos em camundongos, o que seria uma possível explicação para o dito popular que prega que o estresse dá cabelos brancos em seres humanos.
Qual a importância do trabalho para a realidade brasileira?
Essa pesquisa tem uma importância para a ciência como um todo. Primeiro, porque comprova cientificamente um mito popular e demonstra como isso está acontecendo. Segundo, porque abre perspectivas para novos estudos sobre como o estresse afeta os sistemas biológicos e pode levar ao aparecimento de doenças.
Qual a importância do apoio da CAPES?
O programa CAPES/Harvard, juntamente com a bolsa oferecida, foi fundamental para que eu fizesse parte desse projeto. Eu diria que é, “estar no lugar certo, na hora certa”.
Quais são os próximos passos?
Na minha visão, os próximos passos seriam investigar se os mecanismos que descobrimos envolvidos no efeito do estresse poderiam estar ocorrendo em outros sistemas biológicos e levar ao desenvolvimento de doenças como câncer e doenças inflamatórias.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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