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Bolsista da CAPES é destaque em trabalho sobre coparentalidade
Doutora em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Beatriz Schmidt foi bolsista CAPES de doutorado sanduíche no exterior, onde recentemente teve destaque pelo seu estudo sobre coparentalidade. O termo se refere à maneira como os indivíduos coordenam e se apoiam no processo de cuidar e de educar os filhos. A coparentalidade se caracteriza pela responsabilidade que mães e pais compartilham no papel de cuidadores, sejam eles casados ou não.
Durante o mestrado, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Beatriz investigou as relações entre a conjugalidade e o temperamento infantil. Em seu trabalho, buscou compreender as influências recíprocas entre a forma como mães e pais interagiam enquanto casal e o desenvolvimento das características individuais das crianças. Entretanto, foi apenas no doutorado que entrou – de fato – na coparentalidade. “Desenvolvi um estudo sobre a maneira como mães e pais compartilham responsabilidades e se apoiam nos cuidados ao bebê durante os primeiros meses de vida após o nascimento. Os primeiros meses acabam sendo estressantes, em particular para as mães, que costumam ser as principais responsáveis pelos cuidados aos filhos em nossa sociedade”, pontuou.
A psicóloga destacou que “esses aspectos estão relacionados ao maior índice de insatisfação materna com as relações familiares e ao aumento da probabilidade de ocorrência de problemas de saúde mental, como a depressão pós-parto“. Do seu ponto de vista, estudar a coparentalidade nessa fase do ciclo de vida, é fundamental para propor intervenções psicológicas alinhadas às necessidades das famílias com bebês.
Ohio State University
Diferentemente de outras sociedades ocidentais, as pesquisas sobre a coparentalidade são muito recentes no Brasil. Por aqui ainda são poucos os estudos que investiguem a coparentalidade na transição para a parentalidade. “O assunto é amplamente influenciado pelo contexto sociocultural. É importante desenvolvermos estudos com famílias brasileiras para oferecer soluções adequadas às necessidades da nossa população”, comentou a bolsista.
Considerando estes aspectos, Beatriz e seu orientador de doutorado, professor Cesar Piccinini, da UFRGS, contataram pesquisadores estrangeiros cujo objeto de estudo é focado na coparentalidade durante a transição para a parentalidade. Um desses docentes era a professora Sarah Schoppe-Sullivan, da Ohio State University .
“O apoio da CAPES me permitiu fazer um doutorado sanduíche nos Estados Unidos, trabalhando por seis meses no Schoppe-Sullivan Lab. Durante esse período aprofundei meus conhecimentos sobre a coparentalidade na transição para a parentalidade e em diferentes métodos de pesquisa utilizados para investigar essa temática. Essa parceria tem rendido bons frutos, como a produção de artigos e a apresentação de trabalhos em eventos científicos, em coautoria entre os grupos de pesquisa no Brasil e nos Estados Unidos”, contou Beatriz.
Apoio da CAPES
Bolsista da CAPES em mestrado e doutorado no país, além do doutorado sanduíche nos EUA, Beatriz conta que a CAPES colaborou para que ela pudesse criar parcerias com pesquisadores no exterior, o que contribuiu para qualificação dos estudos que desenvolve no Brasil. “Os dados que coletamos com famílias brasileiras foram discutidos com a professora Sarah Schoppe-Sullivan e outros especialistas na área. Isto qualificou muito a minha tese de doutorado e permitiu que pensássemos em aprimoramentos às pesquisas que estamos desenvolvendo no país. Essa experiência também me auxiliou a definir a linha de pesquisa que pretendo seguir em minha carreira acadêmica e reforçou o meu interesse por trabalhar em colaborações internacionais”, revelou a psicóloga.
Atualmente pós-doutoranda em Psicologia da UFRGS, Beatriz pretende se inserir em uma universidade na qual possa realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão na área de relações familiares e desenvolvimento infantil, além de continuar colaborando com pesquisadores do mundo. “Minha expectativa é continuar a realizar estudos sobre a coparentalidade, ampliando os contextos de pesquisa para diferentes configurações familiares, como pais adolescentes, divorciados, homo ou transexuais, por exemplo. Além disso, também pretendo seguir trabalhando em colaborações internacionais, por entender que o intercâmbio de ideias entre pesquisadores de diferentes países pode favorecer a qualidade da produção científica”, finalizou.
Confira a matéria no site do Office of International Affairs da Ohio State University aqui .
(Brasília/DF – CCS/CAPES)
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