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Bolsista compara redes de saneamento do Brasil e do Canadá
Claudio Antônio Klaus Júnior é graduado em Relações Internacionais, pelo Centro Universitário Internacional (Uninter), e em Direito, pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). Também pela Uniarp, tornou-se mestre em Desenvolvimento e Sociedade, etapa cumprida com bolsa pelo Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) – Parcerias Estratégicas nos Estados, da CAPES, e com período sanduíche na Universidade Iorque, no Canadá. O trabalho de mestrado do pesquisador consistiu em comparar os sistemas de saneamento de cidades de Santa Catarina, no Brasil, e da província de Ontário, no Canadá. Klaus publicou artigo em um periódico canadense e chegou a receber uma carta de Steven Guilbeault, ministro do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá.
Explique, em linhas gerais, seu trabalho.
Meu trabalho analisa a importância do saneamento e da sustentabilidade, focando na promoção da saúde pública e na melhoria da qualidade de vida. Realizei uma análise comparativa entre municípios de Santa Catarina (Brasil) e municipalidades em Ontário (Canadá), para entender as diferenças nos sistemas de saneamento e como estes se alinham com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 (Água e Saneamento) e 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é fornecer insights para políticas públicas efetivas e estratégias de cooperação internacional que promovam o desenvolvimento sustentável e melhorem a saúde e a qualidade de vida.
Suas conclusões demonstram uma disparidade entre os dois casos analisados. No que nosso País pode evoluir?
As conclusões destacam significativas diferenças entre os sistemas de saneamento de Santa Catarina e Ontário, influenciadas por aspectos históricos, geográficos, políticos e socioeconômicos. Embora Santa Catarina esteja entre os estados com os melhores índices no Brasil, as disparidades com Ontário, Canadá, revelam áreas de melhorias significativas. O Brasil pode evoluir investindo em infraestrutura de saneamento, implementando políticas públicas mais eficazes e fortalecendo a cooperação internacional. A modernização das redes de fornecimento de água, tratamento de esgoto, limpeza urbana, gestão de resíduos sólidos e drenagem é essencial. Além disso, enfocar nas áreas rurais e indígenas, onde as discrepâncias são mais pronunciadas, poderá promover um acesso mais equitativo ao saneamento.
Como aprimorar a legislação de saneamento nacional?
A legislação de saneamento nacional é muito boa. Será importante mantermos um grau de segurança jurídica no marco legal do saneamento, sem atualizações ou grandes alterações, para garantir a continuidade do interesse de investidores na área. A avaliação e a revisão periódicas das metas de universalização do marco legal são cruciais para garantir que ele se mantenha eficaz e relevante.
Em que pé você acredita que o Brasil está hoje nos ODS 6 e 11?
Quando se trata de acesso universal e equitativo à água e ao saneamento, ainda há um longo caminho a percorrer. Muitas cidades enfrentam desafios significativos em se tornarem sustentáveis, com problemas persistentes de acesso ao saneamento básico, gestão de resíduos e infraestrutura urbana. Para progredir, o Brasil precisa aumentar os investimentos, fortalecer as políticas e a governança local, e buscar soluções inovadoras.
Como uma parceria com um país mais avançado que o Brasil na questão do saneamento pode contribuir para nossa evolução?
Uma parceria com o Canadá, que possui um sistema de saneamento mais avançado, pode oferecer ao Brasil a oportunidade de aprender com as práticas bem-sucedidas de lá, além de atrair investimentos internacionais para o nosso país. Essa cooperação pode incluir troca de conhecimentos técnicos, experiências em políticas públicas e tecnologias de saneamento, contribuindo assim para o desenvolvimento de soluções mais eficientes e sustentáveis no Brasil. Desse modo, saímos das paredes da academia para uma real colaboração viável e tangível.
No esteio da pergunta anterior, qual a importância de essa internacionalização ser conduzida pela ciência? Qual impacto você acha que seu trabalho pode vir a ter?
A internacionalização conduzida pela ciência é vital, pois garante que as colaborações e estratégias sejam baseadas em evidências, pesquisas rigorosas e inovações tecnológicas. Essa abordagem pode levar a soluções mais eficazes, sustentáveis e adaptáveis aos desafios específicos do saneamento. Acredito que meu trabalho pode impactar ao fornecer uma análise detalhada e comparativa que fundamenta políticas públicas. Assim, o impacto do trabalho pode incluir a influência na formulação de políticas baseadas em dados e experiências internacionais, promovendo melhores práticas de saneamento e sustentabilidade no Brasil. Além disso, pode fortalecer a colaboração global em prol do saneamento sustentável e contribuir significativamente para o alcance dos ODS 6 e 11.
Qual a importância da CAPES na sua formação?
Eu fui bolsista no mestrado pelo Edital de Chamada Pública Fapesc/CAPES nº 21/2021 – Credenciamento das Instituições de Ensino Superior com Programas de Pós-Graduação stricto sensu Emergentes e em Consolidação em Áreas Prioritárias do Estado de Santa Catarina. A bolsa foi essencial para conseguir manter o foco nas atividades de pesquisa. Em 2023, após a defesa e a publicação da dissertação, também pude apresentar resultados da pesquisa no IV Seminário Gestão de Bacias Hidrográficas do Programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos da Universidade Federal de Roraima (ProfÁgua/UFRR), em Boa Vista (RR), e publicar um artigo sobre o tema.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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