Notícias
Acordo com Sistema S prevê mais vagas para alunos e trabalhadores de baixa renda
O governo federal e o Sistema S, que reúne entidades como Sesc, Sesi, Senac e Senai, fecharam
acordo que amplia as vagas em cursos técnicos e a gratuidade dos serviços de educação ofertados
pelo sistema. As medidas previstas no protocolo de compromisso, assinado nesta terça-feira, 22, no
Ministério da Educação, serão incorporadas aos regimentos internos das entidades em até 30 dias.
A pedido do vice-presidente da República, José Alencar, o MEC e técnicos das entidades que
compõem o Sistema S reuniram-se em junho para discutir, entre outras ações, a ampliação do
atendimento gratuito a estudantes e trabalhadores de baixa renda. Assim, dos R$ 8 bilhões que
financiam o sistema, 60% vão para os serviços sociais e 40% para a aprendizagem. Mudam apenas os
critérios ligados à gratuidade, carga horária dos cursos, definição do público atendido e adoção do
conceito de itinerário formativo.
Pelo acordo, dois terços dos recursos financiarão vagas gratuitas em cursos de formação
inicial e continuada e de educação profissional e técnica de nível médio oferecidos pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(Senac). Essas vagas serão destinadas a pessoas de baixa renda, com prioridade para estudantes e
trabalhadores. Além disso, um terço dos recursos destinados a serviços sociais pelo Serviço Social
da Indústria (Sesi) e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) deve ser aplicado em atividades de
educação. Metade desses recursos deve financiar atividades gratuitas.
A partir de 2009, o Senac destinará 20% da receita líquida a vagas em cursos gratuitos. A
cada ano, essa porcentagem aumentará em média cinco pontos, até que a gratuidade alcance 66,6% em
2014, o que representa dois terços dos recursos da entidade. Já o Senai destinará 50% dos seus
recursos a vagas em cursos técnicos gratuitos em 2009. Em 2014, a partir de evoluções anuais, a
alocação de recursos para vagas gratuitas será também de 66,6%. A diferença no percentual já em
2009 entre Senai e Senac ocorre porque o primeiro destina percentual superior a vagas gratuitas.
Em relação ao Sesi e ao Sesc, em 2009, cada entidade oferecerá 10% da receita líquida para
educação básica e continuada e ações educativas nos demais programas de saúde, transporte, lazer e
cultura. Esse patamar subirá, com progressão anual, para 33,3% em 2014. Metade desses valores
financiará alunos de baixa renda com vagas e atividades gratuitas.
Quanto à carga horária dos cursos técnicos, a formação inicial terá no mínimo 160 horas. O
acordo também prevê a utilização da metodologia dos itinerários formativos como princípio da
educação continuada.
O acordo constará dos regimentos internos, a serem aprovados em decreto presidencial. As
discussões sobre educação profissional e tecnológica devem ser ampliadas entre o governo e o
sistema com a criação de um grupo de trabalho que discutirá temas como qualificação profissional e
mecanismos de financiamento estudantil para a educação profissional. (Maria Clara Machado,
Assessoria de Imprensa do MEC)