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Pesquisadores brasileiros e argentinos querem intensificar parcerias na área educacional
- Os principais desafios do intercâmbio na área de formação de
doutores e a troca de informação científica serão debatidos hoje pelos coordenadores de projetos de
pesquisa do Programa de Centros Associados de Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAPG-BA). O encontro,
promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da
Educação (Capes/MEC), começou nesta terça-feira em Canela (RS).
Para os representantes dos dois países a Capes e a Secretaria de Políticas Universitárias
(SPU), do Ministério de Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina devem intensificar cada vez
mais esse intercâmbio. A pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Nora
Krawczyk, acredita que o desafio é adequar as estruturas distintas das instituições brasileiras e
argentinas, de modo a incluir as missões de trabalho dos professores, outorgando créditos.
Em relação aos avanços, Nora acredita que a participação de professores estrangeiros
possibilita que os alunos conheçam diferentes enfoques teórico-metodológicos e novos conteúdos. "O
CAPG-BA fortalece o diálogo entre pesquisadores de instituições dos dois países, facilitando a
construção de equipes regionais de pesquisa," diz.
Já para o professor argentino Daniel Laria, da Universidade de Buenos Aires, a possibilidade
de poder estabelecer projetos conjuntos com a Unicamp, que levem ao fortalecimento do ensino e à
qualidade acadêmica de seus respectivos cursos de pós-graduação, é altamente promissora. "Confiamos
que as autoridades dos dois países possam garantir a continuidade destes projetos, para que os
esforços investidos produzam os resultados esperados", afirma.
Segundo a professora da Unicamp, Tirza Aidar, participar desse programa é muito positivo,
porque há uma complementação entre as instituições envolvidas. "Cada instituição tem seus pontos
fortes e suas especificidades, que podem ser trocadas durante a realização dos projetos," salienta.
Quanto às dificuldades, ela aponta a necessidade de haver maior flexibilidade das instituições, com
vistas a um efetivo ganho na parte de reconhecimento de cursos e créditos.
Ontem, 28, foram apresentados quatro dos 21 projetos integrantes do CAPG-BA: Ciência e
Tecnologia de Alimentos, realizado entre a Universidade de Campinas (Unicamp) e as universidades
estaduais de Tucumán (UNT), Santiago del Estero (Unse), Salta (Unsa), e de Jujuy (Unju); Produção
de Conhecimento em Educação, entre a Unicamp e a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais
(Flacso); Cooperação Técnico-Científica e a Formação de Recursos Humanos em Sanidade Animal, entre
a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Nacional de Rio Quarto
(UNRC); e Pela Construção de um Espaço Acadêmico Regional, que reúne a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade de São Paulo (USP),
e a Universidade Nacional de Córdoba.
Dos 21 projetos, cinco são da área de ciências exatas e da terra, quatro da área de ciências
humanas. A Unicamp é a instituição brasileira que tem o maior número de projetos - oito. (Fátima
Schenini)