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Brasil forma poucos engenheiros para desenvolvimento do país
{mosimage}Nos próximos seis anos o Brasil terá que quadruplicar o número de doutores na área das engenharias
se quiser melhorar o desempenho industrial e empresarial. ?O número de doutores na área das
engenharias é insuficiente para atender a demanda desse dois setores. O que formamos mal substitui
as aposentadorias dos núcleos de pesquisa das universidades?, disse o presidente da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação Capes/MEC, Jorge Guimarães.
A análise foi feita durante o Fórum Brafitec, que reúne pesquisadores brasileiros e franceses
em Fortaleza. O programa Brafitec é uma parceria da agência brasileira com a Conferência de
Diretores de Escolas e Formação de Engenheiros da França (CDEFI), que financia o intercâmbio de
estudantes de engenharia entre os dois países.
Em 2005, o Brasil formou 1.114 doutores em engenharias de um total de 8.989 titulados no
mesmo ano. Terá que formar quatro mil em 2010. Segundo Guimarães, a velocidade do desenvolvimento
de empresas e indústrias de um país depende da disponibilidade de engenheiros altamente
qualificados. ?Não temos falta de qualidade e sim de quantidade?. O país possui 4.894 docentes nas
engenharias. São 139 cursos de doutorado, 98% em instituições públicas.
Segundo ele, os engenheiros contribuem diretamente no desenvolvimento de processos, produtos,
geração de novas empresas.?Por outro lado, a presença de tais profissionais nas empresas
possibilita muito melhor interação com o setor acadêmico.?? ?Por tudo isso, há enorme demanda de
pessoal qualificado nas áreas de energia, petróleo e gás, minas e metalurgia, automação industrial,
bens de capital e muitas outras.? E acrescenta que tal demanda é manifestada junto a Capes por
diversas empresas como Petrobrás, Companhia Vale do Rio Doce, Itaipu Binacional e muitas outras.
Essa demanda se estende também a pessoal técnico de nível médio como no caso da Petrobrás.
No país, existem pelo menos 13 centros de alto nível para formação de recursos humanos
pós-graduados em engenharias dentro das universidades e outras instituições brasileiras, que são
apoiados pela Capes. Também há uma preocupação da agência brasileira em priorizar esforços e
investir em iniciativas de qualidade em várias regiões do país. ?Precisamos ainda de forma urgente
reforçar as ações que qualificam o ensino de matemática e ciências nos níveis fundamental e médio,
porque isso é decisivo na hora da formação do estudante para ele seguir essa carreira?, constata
Guimarães.
Além disso, a Capes investe na cooperação internacional. ?Manter o nível de interação é
importante para a inovação. Mesmo os países desenvolvidos mantêm parcerias?, afirma Guimarães. Os
bons resultados de acordos de intercâmbio como os programas com a França (BAFAGRI), Alemanha e
Estados Unidos, na graduação como na pós-graduação, acabam atraindo novos estudantes para as áreas
das engenharias, a possibilidade de experiência no exterior chama a atenção dos jovens para a
profissão.
Outra iniciativa do governo brasileiro é a Lei de Inovação que permite a interação
universidade-empresa. Guimarães acredita que a priorização está feita, agora é preciso incrementar
as ações. Nessa quinta-feira, 19, a Capes promove pela primeira vez juntamente com o CDEFI, o
Consulado da França, com a organização da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e
Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), o encontro que reunirá representantes governamentais,
acadêmicos, gestores de ciência, de tecnologia com empresários do Brasil e da França.
O Fórum Franco Brasileiro: Empresas e Formação de Engenheiros será realizado no Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O encontro começa às 9h. (Adriane Cunha)