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Comissão do MEC debate envelhecimento populacional
O Ministério da Educação pretende envolver as universidades brasileiras no debate sobre o envelhecimento populacional. Para isso, criou uma comissão especial, no âmbito da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), que vai elaborar diretrizes e propor políticas de formação de profissionais aptos a tratar da questão. A comissão reuniu-se pela primeira vez na sexta-feira, dia 7.
A comissão acredita que a questão do envelhecimento não deve estar associada apenas à área da saúde. "Queremos reunir áreas diferentes, com visões diferentes sobre o envelhecimento", disse Geová Parente, coordenador-geral de programas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). Segundo ele, a Capes pode criar um programa de apoio a teses de pós-graduação sobre envelhecimento.
"A qualidade de vida no envelhecimento deve ser a melhor possível, e a academia precisar se envolver mais na área", destacou Márcia Rosental, coordenadora da comissão especial. Márcia sugere que a comissão elabore, para a área de envelhecimento, diretrizes curriculares bem claras, capazes de abranger todas as áreas de conhecimento.
Presidida pelo professor Godofredo de Oliveira Neto, diretor do Departamento de Política de Educação Superior da SESu, a comissão tem representantes, também, da Universidade Federal de Santa Catarina, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade de Brasília. Na reunião, ficou definido que cada integrante discutirá, em sua área de atuação, o conteúdo a ser trabalhado para a formação de diretrizes e políticas. Em julho, a comissão voltará a se reunir, a fim de preparar o primeiro encontro multidisciplinar para estruturação de bases para educação superior e envelhecimento humano no Brasil.
Conquista - Na abertura dos trabalhos da comissão, o médico Alexandre Kalache, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao proferir a palestra Envelhecimento Ativo, destacou que envelhecer deve ser uma grande conquista. Segundo ele, é preciso envelhecer bem, com capacidade funcional, o que requer cuidados na juventude para evitar doenças crônicas não-transmissíveis, como o derrame. Kalache citou como exemplo de excelente capacidade funcional o arquiteto Oscar Niemayer, que agora, aos 98 anos de idade, inicia o projeto de um centro cultural em Oviedo, Espanha. Na opinião do conferencista, as determinantes sociais do envelhecimento são mais importantes do que as biológicas. Ele também falou sobre a necessidade de se evitar práticas negativas, como aumento de peso, estresse e falta de atividades físicas. O envelhecimento da população, de acordo com Kalache, é um fenômeno global originado pelo aumento da expectativa de vida em quase todo mundo. Contudo, lembrou que em Serra Leoa, na África, a média é de 40 anos. Outras informações sobre o projeto pelo telefone (61) 2104-9478. (Susan Faria, da Assessoria de Imprensa do MEC)