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Pós-graduação na Amazônia é debatida no Pará
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A diretoria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) expôs as ações que estão sendo executadas pela instituição e respondeu a diversas perguntas no primeiro dia de encontro com pesquisadores, diretores de centros, coordenadores de núcleos, e pró-reitores da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Hoje, 13, os diretores da Capes terão encontro com as instituições pertencentes ao Protocolo de Integração das Universidades Amazônicas, participam a UFPA, a Universidade Estadual do Pará (UEPA), Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará (Cefet), Universidade Federal Rural do Amazonas (UFRA), Universidade da Amazônia (Unama) e Universitário do Pará (Cesupa). O encontro acontece durante todo o dia no Centro de Capacitação da UFPA.
O presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães e os diretores de Avaliação, Renato Janine Ribeiro, e de Programas, José Fernandes Lima, participaram de duas reuniões distintas nesta quinta-feira, 12. Na reunião de trabalho as discussões ficaram concentradas em temas como apoio aos novos programas, fortalecimento do Programa Institucional de Capacitação Docente e Técnica (PICDT), fixação de recém doutores, bolsas e custeio para cursos novos e ampliação das cotas de bolsas.
Segundo Guimarães, depois do futebol, da música e da arte, é a pós-graduação brasileira a área mais reconhecida internacionalmente, graças à experiência de 40 anos do setor, que cresce a uma taxa de 14% ao ano. Atualmente, existem 130 mil pós-graduandos no país, sendo 2/3 mestrandos e 1/3 doutorandos. Desse total, 1/3 recebe bolsa. O governo federal, por meio da Capes e do CNPq, é responsável por 85% das bolsas. O restante vem de governos estaduais. A iniciativa privada pouco investe na área, embora se beneficie diretamente dos programas de pós-graduação em execução nas universidades.
Na avaliação do presidente da Capes, o Brasil ainda está longe do que países como Cuba e China investem em educação, ciência e tecnologia. Nas universidades brasileiras, onde 32 mil docentes orientam 130 mil pós-graduandos, só 20% do quadro docente tem doutorado. Fazer crescer o número de doutores é o grande desafio da Capes. Uma das táticas para vencer o desafio, na visão de Jorge Almeida Guimarães, é o estabelecimento de parcerias com os governos estaduais. No caso de Estados que não possuem fundação de apoio à pesquisa, como o Pará, a parceria seria estabelecida diretamente com as secretarias de ciência e tecnologia.
Acelera Amazônia - O diretor de Programas da Capes, José Fernandes Lima, teceu breve comentário sobre o programa Acelera Amazônia. Disse que a idéia surgiu durante as discussões sobre o novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). Em 2004, a comissão nomeada pela Capes para discutir o PNPG, elaborou um diagnóstico, constatando o desequilíbrio do crescimento nas regiões. "Verificamos que os recursos estavam sendo direcionados para as regiões com maior concentração de doutores, para os centros mais desenvolvidos em C&T;", disse.
O Acelera Amazônia surgiu como um estímulo à pós-graduação na região Norte. Um dos seus objetivos é fixar doutores na região. Para atingir esse objetivo, o programa concederá bolsa de apoio ao recém-doutor e bolsa de iniciação científica para jovens interessados em fazer carreira científica. Também vai estimular a mobilidade entre grupos consolidados e grupos emergentes de instituições diferentes, uma espécie de solidariedade científica.
Avaliação - O diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine disse que existem 20 mil doutores que estão no ensino superior, mas fora de programas de pós-graduação. "Nosso interesse é que esses doutores estejam trabalhando no ambiente de pesquisa, formando pessoal, orientando pós-graduandos. Não basta avaliar um grupo de pesquisa apenas pela qualidade do grupo, mas também pelo trabalho de formação de pós-graduandos", disse.
Sobre os periódicos e revistas científicas, Janine disse que a Capes está preocupada com o grande número de periódicos. "Há uma pulverização muito grande em detrimento da qualidade. Temos que pensar essa questão seriamente". (Walter Pinto - Assessoria de Imprensa da UFPA)