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Capes apóia criação de novos cursos de mestrado profissional
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) quer ampliar a oferta de cursos de mestrado profissional. Nesse sentido, até o próximo dia 30 de setembro estará recebendo propostas para a abertura de novos cursos em áreas específicas. Atualmente, 7% do total de cerca de 2.000 programas de mestrado acadêmico e doutorado reconhecidos pela instituição são de mestrado profissional. O presidente da Capes, Jorge Guimarães, estima que, em cinco anos, o mestrado profissional represente cerca de 25 % do total de cursos de mestrado reconhecidos.
O que diferencia os dois tipos de mestrado são o perfil dos candidatos e o foco de atuação. Enquanto o acadêmico forma pesquisadores e docentes, o profissional qualifica para o mercado de trabalho. Segundo o diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro, a idéia é favorecer a implantação de cursos de mestrado profissional que permitam a mais rápida transferência do conhecimento científico para a sociedade, a elevação da produtividade das empresas brasileiras, e o aumento da competência dos setores sociais da administração pública, bem como de organizações não governamentais, que tenham por meta a redução da dívida social. "A Capes quer capacitar profissionais que aumentem a competitividade das empresas, além de formar atores sociais", diz.
De acordo com Janine, há uma demanda significativa de conhecimento científico de alto nível para enfrentar os desafios mundiais e no qual as competências se modificam rapidamente. "Hoje, é fundamental ajustar-se constantemente aos novos descobrimentos e invenções que vêm da ciência. O mestrado profissional deve ser a maneira de um profissional aprender na prática a fazer pesquisa e depois saberá reconhecer as novidades científicas de que necessitará para atualizar-se", afirma.
As áreas específicas a serem contempladas nas propostas são: arquitetura e urbanismo, ciência da computação, ciência política, ciências agrárias, ciências biológicas, ciências sociais aplicadas, ecologia e meio ambiente, economia, enfermagem, engenharias, ensino de ciências e matemática, farmácia, fisioterapia/educação física, matemática/probabilidade e estatística, medicina, multidisciplinar, odontologia, planejamento urbano/demografia, saúde coletiva, e zootecnia/recursos pesqueiros.
Na opinião do representante das áreas de educação física, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional, Eduardo Kokubun, a abertura de novos cursos de mestrado profissional possibilitará uma formação de recursos humanos mais voltada para a atuação fora da universidade. "A expectativa é que os conhecimentos produzidos através de pesquisas nas universidades encontrem um maior contingente de interlocutores que atuam diretamente na sociedade. Profissionais com forte embasamento científico poderão oferecer serviços mais qualificados para a sociedade", acredita.
Já a representante da área de enfermagem, Rosalina Aparecida Partezani Rodrigues, entende que o mestrado profissional pode possibilitar que os enfermeiros tenham acesso ao conhecimento científico mundial, incluindo aí as novas tecnologias disponíveis. "É uma oportunidade para que os enfermeiros possam aprender a utilizar e aplicar, na prática, o conhecimento científico, elevando o nível de qualidade da gestão dos serviços, da educação à saúde, e dos cuidados de enfermagem oferecidos aos clientes atendidos nas diversas instituições que prestam atenção à saúde", destaca.
Novas propostas - As propostas para a abertura de cursos de mestrado profissional devem ser encaminhadas pelas pró-reitorias de pós-graduação e pesquisa das instituições interessadas, por meio do Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (APCN), disponível no sítio da Capes. No mesmo local podem ser encontradas todas as orientações necessárias a esse preenchimento. (Fátima Schenini)