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Mestrado profissional deve permitir integração entre academia e empresas
Brasília, 10/11/2006 - "O futuro do mestrado profissional é transferir o conhecimento da universidade para o setor empresarial". Esta afirmação, do diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, Vahan Agopyan, foi feita ontem, 9, durante oficina sobre mestrado profissional realizada no Seminário Avaliar para Avançar, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC).
Vahan Agopyan, que também é representante da área de engenharias I e membro do Conselho Técnico Científico da Capes, defende uma maior integração entre os cursos de mestrado profissional e o setor empresarial. Ele acredita que o mestrado profissional pode oferecer grandes benefícios a hospitais, indústrias, e empresas, no preparo de profissionais mais qualificados. "Por meio desses profissionais é possível transferir o conhecimento e incentivar as empresas a fazer parcerias e investir em inovação. As corporações e instituições brasileiras devem entender que inovação não é comprar equipamento novo," diz.
Segundo Agopyan, diante da crescente procura por cursos de mestrado profissional, a Capes e os programas de pós-graduação se preparam para aperfeiçoar a avaliação, observando as necessidades do mercado. Existem, atualmente, 187 mestrados profissionais no país reconhecidos pela Capes. O que diferencia o mestrado profissional do acadêmico é o perfil dos candidatos e o foco de atuação. Enquanto o mestrado acadêmico forma pesquisadores e docentes, o profissional está mais direcionado para o mercado de trabalho.
Por outro lado, para o ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Lobo, existe um preconceito da comunidade acadêmica em relação ao mestrado profissional. "Há uma dificuldade de compreensão do conceito, há problemas de custeio, falta cultura das empresas em contratar profissionais qualificados." Para Lobo, há necessidade de mais discussão sobre os critérios utilizados na avaliação desse tipo de curso. "A análise de mestrado profissional deve ser única porque ele não é a mesma coisa que um mestrado acadêmico. Esse modelo terá que ser muito debatido", conclui. (Assessoria de Imprensa da Capes)