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Pós-graduação deverá crescer mais no período 2005-2010
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As metas da pós-graduação brasileira nos próximos cinco anos foi o tema abordado pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), Jorge Guimarães, durante simpósio sobre O Programa Nacional de Pós-graduação: Balanço e Perspectivas, realizado nesta terça, 19, em Fortaleza (CE), na 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O objetivo fundamental do Programa Nacional de Pós-Graduação 2005-2010 (PNPG) é a expansão do sistema nacional de pós-graduação. Uma das metas prioritárias é a formação de 16 mil doutores em 2010.
Guimarães destacou 15 ações que já estão sendo implementadas pela Capes para cumprir com as propostas estabelecidas no Plano. Entre elas, estão o apoio à criação de cursos de mestrado e doutorado interinstitucionais, e a indução de novos cursos em setores estratégicos como metrologia, defesa, propriedade intelectual, petróleo e gás. Ele destacou as iniciativas para a redução das desigualdades regionais como o programa Acelera, Amazônia que irá incentivar a formação de doutores na região Norte. "O Plano permite orientar as prioridades do futuro da pós-graduação brasileira", disse.
O PNPG revela que no período de 1976 a 2003, o número de cursos recomendados pela Capes saltou de 673 para 2.993, o que representa um aumento de 5,6% ao ano. O número de mestres titulados em 1996 foi de 10.500. Em 2003, esse número passou para 27 mil. O total de doutores titulados em 1996 era de 2.985. Em 2003 foram formados 8.094 doutores. Para 2010, a projeção é de 62.300 mestres e doutores titulados.
Segundo o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Emídio Cantídio, um dos participantes do simpósio e da comissão encarregada de elaborar e implementar o novo PNPG, esse crescimento do sistema nacional de pós-graduação vai demandar um esforço de governo para a ampliação do número de bolsas e investimentos na infra-estrutura, insuficientes para atender a demanda. Ele destaca que serão necessários R$ 1,6 bi em investimentos adicionais aos atuais orçamentos da Capes e do Conselho de Desenvolvimento Científico e Pesquisa (CNPq), para o pagamento de bolsas e taxas acadêmicas.
Rede Nordeste de Biotecnologia - Na opinião do pró-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Manoel Odorico de Morais Filho, que também participou do simpósio, 90% dos programas implantados pela Capes, até o momento, tiveram sucesso. "Para que esse novo PNPG também seja bem sucedido será necessário que alguns programas sejam reabertos e implantados novamente pela Capes". Ele defendeu a criação de um doutorado em Biotecnologia, integrando a Rede Nordeste de Biotecnologia - Renorbio, criada em 2004. A idéia é fazer um modelo inovador de pós-graduação, com programação em rede e a colaboração de 25 instituições de pesquisa do Nordeste. A ampliação de cursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste é uma das prioridades do Plano. (Adriane Cunha e Fátima Schenini)