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Especialista pede rigor contra cursos sem qualidade
{mosimage}A diretora do Instituto Internacional para a Educação Superior na América-Latina e Caribe (Iesalc),
Ana Lúcia Gazolla, destacou a multiplicação de cursos universitários como uma nova forma de
colonização imposta pelos países desenvolvidos. Gazolla se mostrou favorável à integração
educacional entre os países da América Latina, mas alertou para a necessidade de uma rigorosa
fiscalização dos cursos de ensino superior. A afirmação foi feita nesta terça-feira, 21, durante o
III Fórum Educacional do Mercosul, que acontece até sexta-feira, 24, na Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG).
A diretora chamou de "enlatados educacionais" os cursos de baixa qualidade oferecidos pelas
instituições estrangeiras, numa alusão aos seriados de televisão norte-americanos. "Hoje, a
educação transnacional, através de mecanismos como a educação à distância, se tornou um negócio
multimilionário. Então existem várias empresas que oferecem o que eu chamo de enlatados
educacionais", explica.
A internacionalização da educação superior é aceitável, segundo Gazolla, se acompanhada de
critérios que protejam a diversidade cultural dos países e que encarem a educação como um bem
público e um direito social universal, ao invés de verem na formação dos alunos uma fonte de renda.
Além disso, ela acredita que estes cursos sejam enganosos por não proporcionarem uma formação
adequada. "Os enlatados dão uma formação rápida, desvinculada dos modelos necessários em cada
sociedade, das histórias, trajetórias e evoluções de cada povo e de cada sociedade. É preciso que
os governos criem mecanismos que impeçam a propaganda enganosa, que impeçam a formação sem
qualidade, que impeçam o reconhecimento de títulos sem valor real", alertou. (Ana Guimarães Rosa)