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Primeira universidade pública de Cabo Verde tem apoio do Brasil
A implantação da primeira universidade pública de Cabo Verde terá consultoria técnica de planejamento do Brasil, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Ensino Superior (Capes/MEC). Atualmente, do total de 300 professores do ensino superior de Cabo Verde, apenas 3% são doutores e 21% possuem mestrado.O Brasil contribuirá com consultoria técnica no planejamento de toda a universidade, além de qualificar o corpo docente do país. Técnicos da Capes estarão em Cabo Verde para fazer esse trabalho já a partir do segundo semestre deste ano. A nova universidade será concebida segundo os padrões brasileiros de instituições públicas de ensino superior.
O Ceará foi um dos primeiros estados a intensificar a relação com os países de língua portuguesa. Irá construir a Casa do Estudante de Cabo Verde, em Fortaleza. Os primeiros estudantes deverão ser recebidos em 2006. O Protocolo de Intenções foi assinado entre o governo do estado e os integrantes da Comissão Nacional para a Instalação da Universidade de Cabo Verde, no fim do mês de março.
A medida da Capes é um dos resultados do apoio que o Brasil está dando a Cabo Verde, nas áreas de educação superior e pós-graduação, atendendo as prioridades da política externa do governo do Presidente Lula. "Além da solidariedade, esse é um país emergente que está dentro de um projeto que levará muitos professores brasileiros ao Cabo Verde. Vamos aumentar nosso intercâmbio com o continente e ampliar nossos conhecimentos auxiliando no desenvolvimento da região", disse Benício Schmidt, coordenador geral de Cooperação Internacional da Capes.
Para o presidente da Comissão Nacional para a Instalação da Universidade de Cabo Verde, Antônio Correia da Silva, a parceria com o Brasil representa a capacitação de pessoal docente, a realização de projetos de pesquisa e aquisição de conhecimento para o país. "Os mestres e doutores cabo-verdianos têm que procurar formação no exterior, e muitas vezes o que aprendem fora não condiz com a realidade nacional", explicou Silva. De acordo com ele, desde a independência, em 1975, o país progrediu muito na área de educação básica e 95% das crianças em idade escolar freqüentam a escola. "Já o ensino superior precisa evoluir", conclui.
Outras ações fazem parte de um programa de trabalho assinado entre os dois países, em janeiro último, visando à cooperação bilateral em matéria de educação superior e ciência. Incluem as áreas de formação de professores e gestores, projetos conjuntos de pesquisa em ciência e tecnologia. Conforme Silva, a comissão irá investir na elaboração de programas de pós-graduação nas áreas de ciências básicas (matemática, biologia e química), ciências agrárias, engenharias, letras e ciências humanas sociais. O governo brasileiro também irá auxiliar Cabo Verde na organização da primeira Feira do Universitário de Cabo Verde.
O grupo de trabalho, presidido pelo coordenador geral de Cooperação Internacional da Capes, Benício Schmidt, esteve reunido na semana passada em Brasília. Entre as decisões tomadas nesse encontro está a ampliação do número de bolsas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) destinado a estudantes cabo-verdianos, dentro do programa da Capes, de Estudantes Convênio para a Pós-Graduação (PEC-PG). (Adriane Cunha)