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Termina hoje o prazo de apresentação de propostas para criação de novos cursos de mestrado profissional
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) encerra nesta sexta-feira, 30, o prazo de recebimento de propostas para a abertura de novos cursos em áreas específicas de mestrado profissional. O objetivo é ampliar o oferecimento desse tipo de mestrado, que chega a 7% do total dos 2.093 programas de mestrado e doutorado reconhecidos pela instituição. A grande diferença entre os dois tipos de mestrado é que, enquanto o acadêmico forma pesquisadores e docentes, o profissional qualifica para o mercado de trabalho.
Até agora foram registradas 157 propostas no sistema. Para serem analisadas as propostas precisam ser certificadas pela pró-reitoria de pós-graduação das instituições de ensino superior. A área que há maior número de pedidos é a multidisciplinar, com 41. Outras áreas com demandas significativas até o momento são a das engenharias, com 20; saúde coletiva; 13; odontologia, 10; e ciências agrárias, também com 10 propostas. As áreas para as quais foram abertas propostas de criação de novos cursos são: arquitetura e urbanismo, ciência da computação, ciência política, ciências agrárias, ciências biológicas, ciências sociais aplicadas, ecologia e meio ambiente, economia, enfermagem, engenharias, ensino de ciências e matemática, farmácia, fisioterapia/educação física, matemática/probabilidade e estatística, medicina, multidisciplinar, odontologia, planejamento urbano/demografia, saúde coletiva, e zootecnia/recursos pesqueiros.
De acordo com o diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro, a agência está satisfeita com a grande demanda pela criação de novos cursos. Ele diz que essa iniciativa foi um ensaio da Capes para começar a colheita dos frutos do seminário promovido no primeiro semestre deste ano, em São Paulo, sobre mestrado profissional e outras formas de colocar a pós-graduação a serviço da sociedade.
Segundo Janine, mestrado profissional não é apenas uma maneira de promover o desenvolvimento acadêmico mas também de reduzir o subdesenvolvimento social. Ele explica que o mestrado profissional tem duas vias principais: uma aumenta a competitividade da economia como, por exemplo, as áreas das engenharias; a outra promove o resgate da dívida social, como é o caso da área de saúde coletiva. "Consideramos muito importante a existência de novos cursos em saúde coletiva, que possam ensinar as pessoas a gerir projetos de saúde. Que procurem prevenir, em vez de remediar, que procurem antecipar a doença em vez de ir atrás depois para corrigi-la, com muito custo financeiro e com muito mais sofrimento humano".
Para o representante da área de saúde coletiva, Aluísio Barros, a qualificação e a profissionalização dos gerentes de saúde por meio da criação de cursos de mestrado profissional teriam, provavelmente, um impacto muito positivo no sistema de saúde público. Considera, no entanto, que o sistema de pós-graduação em saúde coletiva não tem capacidade instalada para essa tarefa no curto prazo. "Seria muito importante que essa proposta fosse encampada pela Abrasco (Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva) e pelas entidades que reúnem os secretários de saúde estaduais e municipais (Conass e Conasems)", ressalta.
O representante da área de ensino de ciências e matemática, Marco Antonio Moreira, acredita que a grande vantagem que a criação de mestrados profissionais poderá trazer para sua área é a formação de professores altamente qualificados, voltados especificamente para os ensinos médio e fundamental. Ele explica que as propostas podem incluir várias possibilidades dentro do ensino de ciências, matemática e correlatas, podendo abordar, por exemplo, somente o ensino de física, ou apenas de química, biociências, ou até mesmo só o ensino de ciências da saúde. (Fátima Schenini)