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Experiência brasileira estimula a educação na Guiné-Bissau
A população da Guiné-Bissau contará com reforço de experiências brasileiras para melhorar os
padrões de qualidade da educação. Técnicos do Ministério da Educação participam de uma comissão de
cooperação que irá àquele país do Oeste da África para discutir, entre os dias
3 e 9 de fevereiro, a viabilidade de uma série de acordos nas áreas de formação de
professores e ensino tecnológico. Entre eles, a implantação do Programa de Formação de Professores
em Exercício (Proformação), desenvolvido no Brasil desde 1999. Também estarão em pauta a
qualificação do corpo docente da Universidade Amílcar Cabral e o desenvolvimento de um curso
técnico em processamento de caju.
O Proformação é um curso a distância, em nível médio, destinado a melhorar o desempenho de
professores da rede pública sem formação específica que lecionam nas quatro séries iniciais do
ensino fundamental, em classes de alfabetização e na educação de jovens e adultos.
Em maio de 2006, oito técnicos da Guiné-Bissau vieram ao Brasil conhecer o funcionamento do
programa e receber capacitação para formação de professores. Agora, técnicos brasileiros irão à
Guiné-Bissau para acompanhar a elaboração de material específico para professores, além da
adaptação do programa às condições locais. Segundo a coordenadora nacional do Proformação, Luciane
Sá de Andrade, assim que o projeto for aprovado pelo governo da Guiné-Bissau, técnicos brasileiros
oferecerão apoio e assessoria técnica por cerca de três anos.
Universidade ? Na área de educação superior, a missão brasileira deve fechar
acordo para formação de recursos humanos da Universidade Amílcar Cabral. O Programa de Trabalho em
Matéria de Educação Superior e Ciência, supervisionado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), está pronto. Só falta receber o aval do governo guineense. ?
Buscamos fortalecer os processos de cidadania e auto-estima de um país irmão, que teve um passado
comum de colonização e que fala nossa língua, pela disseminação do conhecimento?, disse a
responsável pelo programa na Capes, Maria Luíza de Carvalho.
Pelo acordo, entre 2007 e 2011, a Capes enviará professores e pesquisadores à Guiné-Bissau
com a missão de qualificar o quadro de professores da Universidade Amílcar Cabral nas áreas de
planejamento urbano, pedagogia, economia e matemática, estatística, políticas públicas, gestão
financeira, informática e educação física. Após a assinatura do acordo, serão distribuídas até 12
bolsas para o primeiro ano, por meio de seleção pública, a ser divulgada por edital ainda este ano.
Cada bolsista passará de cinco a dez meses no país africano. Os valores das bolsas ainda não foram
definidos.
Ensino tecnológico ? A partir de pedido de apoio do ministro da Educação da
Guiné-Bissau para a criação de um curso de formação em agroindústria, técnicos brasileiros foram ao
país africano, em outubro de 2006, para diagnosticar a infra-estrutura existente e as necessidades
locais. Dois centros de formação, hoje abandonados, serão reabilitados para abrigar cursos de curta
duração (120 horas) para formação de jovens e adultos em processamento de caju.
O curso terá enfoque em processamento de alimentos, higiene, conservação, armazenamento e
elaboração de derivados ? sucos, geléias e cristalizados. ?A Guiné-Bissau é um país essencialmente
agrícola, mas importa tudo. No caso do caju, não aproveitam nada da polpa e só usam a castanha, que
não é da melhor qualidade?, explicou Márcia Moreschi, técnica em planejamento da Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC).
Para implantação dos cursos, o MEC enviará professores do Centro Federal de Educação
Tecnológica (Cefet) de Petrolina, Pernambuco, especialista em agricultura e agroindústria. Segundo
Márcia, a idéia é estimular o microempreendedorismo naquele país, com vistas ao crescimento da
economia interna e à geração de trabalho e renda. (Maria Clara Machado, da Assessoria de Imprensa
do Mec)