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Diretoria da Capes lastima morte de um dos maiores físicos brasileiros
"A ciência brasileira perde um dos seus maiores quadros. César Lattes foi um excelente físico experimental e teve um papel fundamental para o desenvolvimento da área no Brasil. Sem dúvida, foi o mais importante incentivador de toda uma geração de físicos brasileiros", disse o diretor de Programas da CAPES e físico, José Fernandes Lima.
O físico Cesar Lattes morreu ontem, 8, em Campinas, aos 80 anos, vítima de uma parada cardíaca. Um dos mais importantes cientistas do Brasil, ficou conhecido mundialmente pela descoberta do méson pi, partícula subatômica que garante a coesão do núcleo do átomo. Isso representou a ampliação do conhecimento para o desenvolvimento da energia nuclear no pós-guerra. Desde então teve seu nome ligado a importantes resultados científicos e produtivos para a evolução da ciência no Brasil e no mundo.
Entre outras iniciativas que marcaram sua obra está a fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A repercussão de seus trabalhos na sociedade brasileira serviu, ainda, como grande estímulo para a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), em 1951. A instituição o homenageou com a criação da Plataforma Lattes, nome dado à base de informação que reúne cerca de 500 mil currículos de cientistas e pesquisadores de todo o País.
Cesare Mansueto Giulio Lattes, curitibano, era membro da Academia Brasileira de Ciências, da União Internacional de Física Pura e Aplicada, do Conselho Latino-Americano de Raios Cósmicos, das sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física. Recebeu inúmeras homenagens por parte de organizações públicas e privadas do Brasil e do exterior. Entre as homenagens estão, o Prêmio Einstein de 1950, o Prêmio Fonseca Costa, do CNPq, em 1958, a Medalha Santos Dumont em 1989, a Medalha comemorativa dos 25 anos da SBPC e placa comemorativa dos 40 anos, o símbolo do Município de Campinas, em 1992. No exterior, recebeu do governo boliviano o título de cidadão honorário daquele país; do governo da Venezuela, a comenda Andrés Bello; da Organização dos Estados Americanos, o prêmio Bernardo Houssay e o Prêmio de Física, da Academia do Terceiro Mundo. (Adriane Cunha)