Brasil, Índia e África do Sul intensificam intercâmbio acadêmico

Brasil será sede do primeiro encontro de debates que dará início as ações do acordo trilateral assinado, neste mês, por Brasil, Índia e África do Sul. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) promoverá o encontro em março de 2008, com o objetivo de aproximar cientistas, pesquisadores e acadêmicos dos três países.

O novo acordo de entendimento assinado durante o Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (Ibas), realizado em outubro, em Joanesburgo, na África do Sul, estebeleceu as condições para a execução de projetos conjuntos de pesquisa e mobilidade de estudantes. De acordo com o presidente da Capes, Jorge Guimarães, três áreas foram definidas como prioritárias pelos países. São elas ciências sociais, tecnologia da informação e energias renováveis. ?Esse acordo abre perspectivas importantes de cooperação em vários segmentos. A capacitação em cada país é bem distinta uma da outra. A Índia está à frente, o Brasil no meio e a África do Sul bem para trás, mas isso não impede que haja interesses coletivos de projetos comuns?, analisa.

Segundo Guimarães, na área de energia cada país tem suas vantagens comparativas e competitivas. ?O Brasil possui os biocombustíveis, a África investe em energia eólica e solar, e a Índia também tem um pouco de pesquisa em biocombustível, mas também há a energia térmica e outras possibilidades?, exemplifica.

Segundo o coordenador geral de Cooperação Internacional da Capes, Leonardo Barchini, o Ibas serve para encontrar soluções para os desafios desses países. ?Tivemos discussões do ponto de vista acadêmico, recomendações de cada governo e do setor privado. Para os países participantes, uma política comum pode ser estruturada com o objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável e, igualmente, é consenso no âmbito do Ibas que o envolvimento da educação superior – e, obviamente, da academia – é imprescindível?, disse.

Pelo Brasil, a Capes ficará responsável pela execução do programa. Pelo lado indiano, o programa ficará a cargo da University Grants Commission (UGC) e a organização Higher Education South Africa será a responsável pelo lado sul-africano. O local do encontro no Brasil ainda não foi definido. (Adriane Cunha)