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Lançamento do Ano Polar Internacional revela preocupação com mudanças do clima
{mosimage}Registros históricos do clima e da atmosfera do planeta estão gravados nas camadas de gelo das
regiões polares. Pesquisas científicas no Ártico e na Antártica revelam informações do passado
climático e de alterações futuras, além de seus impactos no Brasil e no mundo. O assunto despertou
o interesse da estudante do 3º ano do ensino médio Cíntia de Oliveira. ?É importante entender mais
sobre meio ambiente para saber o que vai acontecer com a gente, o que vai ser da nossa água?,
disse.
Junto com outros colegas do Centro de Ensino 1 de São Sebastião (DF), Cíntia assistiu nesta
quinta-feira, 1º, ao lançamento oficial do Ano Polar Internacional (API) 2007-2008, no Ministério
da Ciência e Tecnologia. Além dos alunos, embaixadores, representantes de ministérios,
pesquisadores, militares e outros interessados também compareceram ao evento.
O API coordenará pesquisas científicas nas regiões polares Ártico e Antártica. O Ano Polar é
organizado em âmbito internacional pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Conselho
Internacional da União Científica. No Brasil, o API é resultado de esforços conjuntos dos
ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Relações Exteriores e Minas e
Energia.
?O principal objetivo do API é chamar a atenção para a importância das pesquisas
desenvolvidas nos pólos?, explicou a pesquisadora brasileira Vivian Helena Pellizari, que
participou do lançamento diretamente da Antártica, por videoconferência. O lançamento do API
coincide com um momento de grandes transformações climáticas, em que as regiões polares desempenham
papel fundamental porque influenciam o clima global.
?Qualquer aceleração do processo de degelo nos pólos pode intensificar o aquecimento global e
ter profundo impacto sobre as mudanças climáticas do globo. Por isso, pesquisar e monitorar a
região é de extrema importância?, afirmou o secretário executivo do Ministério de Ciência e
Tecnologia, Luiz Fernandes. ?Só a Antártica concentra cerca de 70% da água doce congelada do mundo
e funciona como uma espécie de refrigerador do clima do planeta?, completou.
Pesquisadores de 63 nações do mundo participarão de 227 projetos, cujo objetivo é alargar o
entendimento sobre ambientes polares e suas interações com os sistemas globais. A América Latina
participa em aproximadamente 50 projetos e o Brasil, em 28. A participação brasileira é mais
intensa na Antártica, já que o País é membro consultivo do Tratado Antártico, que rege as
atividades científicas no local desde 1975.
Em 1982, foi criado o Programa Antártico Brasileiro. Assim, além de o Brasil participar pela
primeira vez de um Ano Polar, também comemora 25 anos de pesquisa antártica. ?O conhecimento da
Antártica é essencial para o Brasil, porque boa parte dos sistemas climáticos que nos afetam são
formados na região?, revelou Luiz Fernandes.
O API também pretende promover em todo mundo atividades de divulgação ao público da
importância das regiões polares. Alunos como Cíntia terão a oportunidade de entender melhor a
importância dos pólos para a vida do planeta. (Maria Clara Machado, da Assessoria de Comunicação do
MEC)