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Brasil e Líbano discutem intercâmbio em seminário acadêmico
{mosimage}O Brasil é o país que mais recebe emigrantes libaneses no mundo. De acordo com a Confederação
Nacional das Entidades Líbano-Brasileiras (Confelibra), o número de libaneses que saíram de seu
país e vieram para o Brasil é estimado em sete milhões. ?Os números são controversos, mas há
historiadores que colocam o total de libaneses no Brasil como o dobro dos que estão no Líbano?,
ressaltou Paulo Sarquis, presidente da Confelibra.
Apesar de a relação entre Líbano e Brasil ter mais de dois séculos, o intercâmbio acadêmico
ainda está no início. Para consolidar a troca de experiências educacionais entre os países, foi
iniciado nesta segunda-feira, 27, e vai até terça, 28, na Reitoria da Universidade de Brasília
(UnB), o Seminário Acadêmico Brasil–Líbano. ?Estamos construindo aqui uma plataforma de diálogo
entre a educação brasileira e libanesa? , explicou a encarregada de negócios da Embaixada do
Líbano, Joumane Khaddage.
De acordo com o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário de assuntos políticos do
Ministério das Relações Exteriores, o evento é histórico e transcende as esferas política e
econômica. ?O aporte da educação faz com que esse evento seja um marco da compreensão entre as
nações do Líbano e do Brasil?, explicou.
Antropofagia ? A capacidade da cultura brasileira digerir conteúdos de outras
culturas, também chamada de antropofagia, esteve presente em todos os discursos que abriram o
seminário. ?A capacidade de digestão cultural do Brasil faz com que muitas vezes não reconheçamos
os traços de outras culturas que carregamos?, afirmou Jaguaribe. Para o ministro da Educação,
Fernando Haddad, a interação entre as nações é tanta que já existe uma dificuldade em distinguir as
culturas. ?É difícil convencer um brasileiro de que a esfirra é libanesa e muitas vezes é difícil
também convencê-lo que um libanês não é brasileiro?, destacou o ministro.
Segundo os participantes, é preciso estabelecer um contato direto entre as culturas e
combater a intermediação estrangeira ? quando, por exemplo, um brasileiro conhece sobre o Líbano
por meio de um livro francês. ?O que temos entre Brasil e Líbano é uma terceirização das
compreensões e isso precisa ser quebrado?, disse Jaguaribe. Haddad também defendeu um intercâmbio
maior entre as universidades. ?Temos casos de brasileiros e libaneses que são pesquisadores de
ponta e se encontram em universidades européias. Esse contato deve ser direto?, ressaltou.
O seminário é promovido pelo Ministério da Educação, por meio de sua Assessoria Internacional
e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), e Confederação de
Entidades Líbano-Brasileiras (Confelibras). (Ana Guimarães, Assessoria de Comunicação do MEC)