Notícias
Experiência no exterior é vantajosa, mas exige esforço
A Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) mantém cerca de 2.100 bolsistas no exterior, que atuam em diversas áreas do conhecimento. O investimento na formação de recursos humanos com experiência em instituições de excelência fora do país é uma das prioridades da Capes. Só nos Estados Unidos estão aproximadamente 200 estudantes brasileiros financiados pela agência.
Como muitos pós-graduandos no exterior, a bolsista da área de sociologia, Ana Cristina Murta Collares, 32 anos, sentiu dificuldade com o idioma nos primeiros meses de estudo na Universidade de Wisconsin, em Madison (EUA). "O volume de leitura é muito grande, os termos técnicos, complicados, e tinha dificuldade em ser entendida" diz ela. Após três anos no exterior, Ana Cristina vê que já ultrapassou o obstáculo de redigir em inglês: "tem um serviço de ajuda à elaboração de trabalhos que usei muito e, com o tempo, minhas dificuldades diminuíram", diz ela.
As expectativas de Ana e sua pesquisa em sociologia foram e estão sendo plenamente atendidas, já que a universidade americana em que está, prima exatamente pela demanda de seus estudos: métodos quantitativos de análise sociológica, com uma tradição de pesquisa já muito bem consolidada e didática avançada. Seu intuito é voltar para o Brasil e conseguir uma bolsa de recém- doutora em uma universidade federal, e posteriormente, transformar-se em professora. Até lá, diz que não está sendo fácil. "A rotina é bastante apertada" admite, "mas quando se tem entusiasmo, o estresse não é um problema. À medida que o curso vai avançando, os problemas diminuem", completa Ana Cristina.
Para o bolsista Fábio Araújo, 34 anos, doutorando há três anos em política monetária na Universidade de Princeton (EUA), tem sido mais fácil. A experiência dele no exterior ultrapassou suas antigas expectativas sobre os estudos fora do país, por somar à pesquisa, uma convivência com outros pós-graduandos. "A Universidade de Princeton oferece um ambiente muito favorável para o estabelecimento de um senso de comunidade entre os estudantes, os estrangeiros são, geralmente, muito bem aceitos", diz.
De acordo com ele, sua estada nos Estados Unidos já ampliou suas possibilidades de contribuição para a pesquisa econômica do Brasil, mesmo antes de completar seus estudos. Quando retornar com a mulher e os dois filhos pretende desenvolver pesquisa aplicada em política monetária no departamento de pesquisa do Banco Central brasileiro, onde é funcionário.
Inscrições abertas - Interessados em estudar nos Estados Unidos têm até o dia 3 de julho para fazer sua inscrição no programa de bolsas da Capes e da Comissão Fulbright. Os candidatos devem ter comprovado desempenho acadêmico e projetos que não possam ser realizados total ou parcialmente no Brasil. "A idéia é formar doutores naquelas áreas onde o Brasil ainda apresenta carência de grupos consolidados. É uma forma de complementar os esforços despendidos pelos programas de pós-graduação no Brasil, buscando a formação de docentes e pesquisadores de alto nível", explica a coordenadora geral de Programas no Exterior da Capes, Maria Luiza Lombas.
Os selecionados de 2006 iniciarão suas atividades no segundo semestre de 2007, recebendo bolsa mensal média no valor de 1.100 dólares (R$ 2.400,00), tendo ainda direito a passagem aérea de ida e volta, auxílio instalação, seguro saúde e pagamento de taxas escolares. Para outras informações acesse o edital.
Outros países - A Capes mantém ainda um programa específico para quem quer fazer doutorado na Alemanha, em parceria com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, chamado de Programa Capes/DAAD e o Programa de Bolsas de Doutorado em outros países. (Assessoria de Imprensa da Capes)