Notícias
Brasil e Cabo Verde avançam na parceria de ensino e pesquisa
{mosimage}A agenda de ações para a instalação da primeira universidade pública de Cabo Verde foi definida ontem, 22, na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC). A missão brasileira que fará o diagnóstico do sistema nacional de ensino cabo-verdiano irá ao país no dia 30 de setembro.
No encontro, coordenado pelo presidente da Capes, Jorge Guimarães, e o presidente da Comissão Nacional para a Instalação da Universidade de Cabo Verde, Antônio Correia da Silva, ficou definido que, durante sete dias, o grupo composto por representantes das áreas internacional, ensino superior e pós-graduação do Ministério da Educação, Ministério das Relações Exteriores e Embrapa fará um diagnóstico da situação do sistema de ensino do país africano. Na visita será assinado o protocolo que permitirá o acesso à base de dados nacional do Portal de Periódicos da Capes. Antes da missão, um assessor da instituição irá a Cabo Verde para avaliar as condições técnicas para a instalação do serviço.
Novas ações - Em reunião com o Ministro da Educação, Fernando Haddad e com a Ministra da Educação de Cabo Verde, Filomena Martins, também nesta segunda-feira, Jorge Guimarães propôs que o país africano adote duas novas ações para dar maior rapidez ao processo de melhoria do sistema de ensino e pesquisa local.
Para agilizar o processo de formação de pesquisadores de Cabo Verde, Guimarães sugeriu a criação de um curso de pós-graduação na área de epidemiologia e saúde púbica. Cabo Verde não possui curso de graduação de medicina, conseqüentemente, o país tem deficiência de profissionais na área. Guimarães explicou que, com apoio técnico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal da Bahia, duas instituições brasileiras de referência na área, é possível criar um curso de mestrado de baixo custo, mas com muitos resultados. "O país precisa conhecer a realidade das doenças, obter estatísticas, obter informação para políticas públicas. Isto pode ser feito com poucos recursos", avalia.
Para ele, a outra forma de acelerar o processo de formação de novos pesquisadores é a implementação de um programa nos moldes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). O programa brasileiro desperta a vocação científica e busca novos talentos entre estudantes de graduação. O presidente da Capes explicou que Cabo Verde poderá enviar grupos de estudantes de graduação para passar o período de férias aprendendo o processo inicial de pesquisa em universidades brasileiras. "É muito mais eficiente, rápido e barato. Iniciando a pesquisa já na graduação, o país tem a chance de aumentar o número de mestres e doutores e ainda reduzir o tempo médio de formação", disse.
As duas propostas despertaram interesse da Ministra da Educação e Valorização dos Recursos Humanos de Cabo Verde, Filomena Martins. Segundo ela, as necessidades do seu país são múltiplas e abrangem desde a formação técnica até a criação de grupos de pesquisa. Com a assessoria técnica que vem sendo dada pela Capes, desde o início deste ano, o governo cabo-verdiano conseguiu definir áreas prioritárias, um plano de ação e algumas implementações. "Para nós é um desafio. Mas a parceria com o Brasil tem sido eficaz, as ações estão sendo executadas, estamos satisfeitos com essa ajuda. Com certeza é uma parceria fundamental", disse.
Por meio do Programa de Estudante-convênio de Pós-graduação (PEC-PG), a Capes está intermediando a vinda de 25 mestres e doutores de Cabo Verde para qualificação em instituições brasileiras. A ministra prevê, para 2007, a vinda de mais 50 profissionais.
O serviço de cooperação técnica que está sendo prestado pela Capes atende as prioridades da política externa do governo do Presidente Lula. A agência irá ajudar ainda no planejamento de gestão da universidade pública de Cabo Verde, na criação de um sistema de nacional de pesquisa, e também na realização da primeira Feira Universitária do Livro daquele país. (Adriane Cunha)