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Cresce número de propostas para criação de cursos novos de pós-graduação no país
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) recebeu 474 propostas para criação de cursos novos de mestrado, doutorado e mestrado profissional. O número de projetos apresentados este ano cresceu 7% em relação ao ano passado, quando 442 pedidos de cursos novos foram apresentados à Capes.
As áreas que tiveram mais pedidos foram a multidisciplinar, com 79 projetos de cursos; e a de ciências sociais aplicadas, com 75 (ver tabela abaixo). Em 2002, foram 380 propostas e em 2003, 440 inscritas. Nos últimos três anos foram criados 582 novos cursos de pós-graduação no país.
O presidente da Capes, Jorge Guimarães, avaliou como positiva a grande procura por abertura de cursos novos de programas de pós-graduação. Guimarães acredita que a pós-graduação pode resolver deficiências do Brasil na área de ciência e tecnologia. "Podemos verificar que as propostas são em áreas importantes de inovação não só de engenharias e biológicas, mas também nas ciências sociais e humanas", disse. Guimarães aguarda com expectativa a avaliação das propostas de instituições associadas. Um exemplo é um programa na região nordeste que reúne esforços de diversas instituições de ensino superior e de pesquisa para a criação de um programa na área de biotecnologia. "Vamos aguardar para saber se o projeto foi bem formulado", pondera.
Os projetos foram encaminhados por meio do Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (APCN), instrumento usado pelas pró-reitorias das instituições de ensino superior para apresentarem as propostas de cursos novos de pós-graduação. No documento eletrônico, elas devem comprovar a capacidade de oferecer um curso de qualidade. Entre as informações necessárias estão a qualificação do corpo docente, a produção científica de cada professor, as instalações de laboratórios, e a capacidade de produção de conhecimento.
A partir de agora os processos serão analisados pelos comitês de áreas. De acordo com o diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro, a meta é avaliar as propostas - inclusive em nível de recurso - em seis meses. "Dos pedidos que ingressaram em 2004 somente se conseguiu chegar a esse patamar de 95 por cento após 10 meses - e este já foi um avanço em relação aos anos anteriores," compara. E complementa afirmando que, este ano, foi consolidada uma inovação, que é o APCN. "O novo instrumento se mostrou mais simples para o usuário, bem como mais transparente para o Conselho Técnico Científico da Capes, que é o órgão que delibera sobre os pareceres encaminhados pelas comissões de área. Estas dão um parecer conclusivo, mas é o CTC que o homologa - ou não. E para nós é fundamental que a comunidade possa julgar a qualidade dos cursos aprovados. O APCN permite isso", conclui.
Histórico - A primeira edição do APCN foi lançada em junho do ano passado. De lá para cá, houve um aperfeiçoamento do instrumento com o objetivo de oferecer um serviço melhor para as pró-reitorias das instituições e para os comitês de área que realizam a avaliação anual.
O modelo de 2005 apresentou uma disposição mais simplificada e acessível ao usuário. Uma das melhorias foi a consolidação do currículo dos professores, pesquisadores, mestres e doutores que irão compor o corpo docente. Nesta versão do APCN 2005, eles tiveram que preencher três planilhas que permitirão uma melhor visualização das informações por parte da banca examinadora. De acordo com o presidente da Capes, as tabelas seguem a linha quem somos, o que somos e o que faremos, o que significa demonstrar o mais amplo cenário do programa de pós-graduação a que a universidade está se propondo. "Neste aspecto obtemos um avanço no item comparação. Quando for necessário confrontar um curso com outro da mesma área de conhecimento, usaremos estas tabelas", exemplifica Guimarães.
Anteriormente, as propostas eram encaminhadas a Capes por meio de dois instrumentos eletrônicos chamados de Sistema Nacional de Pós-graduação e carta-consulta. (Adriane Cunha)
Grande Área | Número de Propostas |
Multidisciplinar | 79 |
Ciências Sociais Aplicadas | 75 (das quais 29 administração, 18 direito) |
Ciências Humanas | 62 (das quais 22 educação e 12 história) |
Saúde | 56 (das quais 14 odontologia) |
Ciências Agrárias | 47 (das quais 27 ciências agrárias I, 11 medicina veterinária) |
Engenharias | 41 (das quais 14 engenharias III) |
Ciências Exatas | 39 (das quais 15 ciências da computação) |
Ciências Biológicas | 28 (das quais 19 ciências biológicas I) |