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Tese premiada faz novas descobertas sobre a elite colonial brasileira
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A tese Elites e exercício de poder no Brasil colonial: a Câmara Municipal de Recife (1710-1822),
foi defendida no dia 9 de março último, na Faculdade de Geografia e História da Universidade de
Salamanca, na Espanha, por George Félix Cabral de Souza. Seu orientador foi o professor doutor José
Manuel Santos Pérez. Ele recebeu o prêmio Vítor da Universidade de Salamanca.
O autor explica que tinha interesse em saber quem ocupou os cargos municipais durante essa
fase no Recife, de onde vinham, de que viviam, como se educavam e como se relacionavam no plano
político e familiar. Para isto empregou a metodologia da prosopografia – a biografia coletiva de um
grupo de pessoas que tinham em comum o fato de terem ocupado um dos quatro cargos municipais
principais do Recife, pelo menos uma vez na vida. O trabalho apresenta ainda um "dicionário
biográfico" com dados documentalmente embasados de cerca de 70% dos 307 vereadores e procuradores
recifenses investigados.
Suas conclusões recomendam uma especial atenção à questão da composição de forças entre o
local e o central e à idéia de formação da identidade nacional. ?Ao contrário do que pode parecer,
a câmara municipal do Recife durante o período colonial não foi controlada por elementos nascidos
em Portugal, os conhecidos "mascates", e sim por grupos familiares que, apesar de terem sido
fundados por imigrantes portugueses acabaram se enraizando em Pernambuco e assumindo posturas
bastantes conflitivas com a coroa portuguesa,? destaca.
Segundo George Cabral, um dos pontos fortes do trabalho é a utilização, exaustiva, de fontes
primárias recolhidas em arquivos pernambucanos e europeus. ?A perspectiva ampla da abordagem, que
englobou não só os aspectos institucionais e sociais, mas a combinação de ambos, foi muito bem
recebida pelos avaliadores. A decisão de realizar um trabalho dentro dessa temática foi também
bastante elogiada, dadas as lacunas que temos no conhecimento de nossas instituições e elites
coloniais,? finaliza. (Fátima Schenini)