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Ministérios fazem acordo para conhecer destino dos pós-graduados
Conhecer o destino dos mestres e doutores brasileiros, identificar as áreas onde há maior demanda de recursos humanos qualificados e definir parâmetros para políticas de desenvolvimento industrial são alguns objetivos que os ministérios da Educação, da Ciência e Tecnologia e do Planejamento, Orçamento e Gestão querem alcançar, trabalhando juntos. Para isso, eles assinaram nesta terça-feira, 5, um acordo de cooperação técnica.
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, é importante os órgãos do governo federal se aproximarem para promover o desenvolvimento econômico e social, especialmente porque a educação superior vive, hoje, um "apagão do iluminismo". Esse apagão, disse, ocorre porque o país passou por processo de privatização sem marco regulatório.
Haddad anunciou que o MEC prepara projeto de expansão da graduação a partir de vertentes, entre elas, a análise das demandas do mercado de trabalho. O ponto de partida será uma pesquisa do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes. A pesquisa vai orientar a Secretaria de Educação Superior, órgão regulador da graduação, na escolha das áreas de expansão.
Acordo - Para concretizar o acordo de cooperação, os três ministérios farão estudos sobre os avanços e desafios das áreas de inserção tecnológica e demandas e oportunidades de trabalho para mestres e doutores. A cooperação se dá entre as duas áreas de formação de recursos humanos em pós-graduação - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) - e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea/Ministério do Planejamento).
Na conjugação de esforços, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, anunciou a liberação do Portal de Periódicos para acesso dos pesquisadores do Ipea. O portal tem 9.100 títulos de fontes nacionais e internacionais, todas as patentes do mundo concedidas desde 1966 e todo o acervo da área química. Já o presidente do CNPq, Erney de Camargo, vai compartilhar com o banco de dados do Cadastro de Pessoa Física da Receita Federal que ajudará na localização dos mestres e doutores.
Glauco Arbix, presidente do Ipea, disse que o instituto discute junto à Câmara de Desenvolvimento Econômico a criação de fundo de financiamento da política industrial, onde recursos humanos terão peso substancial. O fundo, disse, terá R$ 8 bilhões em oito anos e seu objetivo é reunir dezenas de pequenos programas da área para facilitar o acesso das empresas e um banco de dados sobre recursos humanos. (Ionice Lorenzoni, da Assessoria de Comunicação do MEC)