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Amazônia clama por mais doutores
A Amazônia ocupa 60% do território do país. São mais de 5 mil km² de terra cobertos por florestas e
rios, mas apenas quatro taxonomistas (especialistas em classificar os seres vivos) brasileiros
atuam na região. Esse cifra demonstra o pequeno número de cientistas dedicados a uma das áreas mais
ricas em espécies vegetais e animais do país.
Os três institutos federais de pesquisa da região reúnem três mil doutores. Essa equipe é
reforçada por especialistas de 15 universidades públicas localizadas nos estados cobertos pela
Floresta Amazônica. Apesar do número aparentemente grande, a quantidade de cientistas continua
muito aquém do necessário. "Quase todas as publicações e papers sobre a Amazônia não são de
brasileiros", revela o diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA),
Adalberto Luis Val. Esses especialistas, reclama, não conseguem atender a demanda da região.
Surpreendentemente, o instituto de pesquisa que possui o maior número de coleção de plantas
da floresta fica nos Estados Unidos. Para ele, isso não significa que cientistas estrangeiros estão
invadindo a floresta, já que hoje os peixes e as plantas da Amazônia circulam o mundo, mas reflete
a falta de conhecimento do Brasil acerca dessa biodiversidade. "Precisamos formar e capacitar
grupos na pós-graduação para a região", ressalta Val.
INVESTIMENTO - Segundo ele, a formação de doutores para atuar na Amazônia já é preocupação do
governo e de órgãos de fomento a pesquisa, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES/MEC) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), que já apresentaram propostas nesse sentido. "O importante agora é implementar essas
medidas adequadamente", acredita Val, que destaca ainda o crescimento do investimento em pesquisa
na região.
O orçamento do INPA, por exemplo, cresceu consideravelmente nos últimos três anos. Passou de
R$ 14 milhões, em 2006, para R$ 24 milhões, em 2008. Val explica que esse valor refere-se apenas a
custos, uma vez que as pesquisas são financiadas a partir de editais. Considerando as verbas
destinadas aos projetos, o orçamento chega a R$ 45 milhões. "Mas ainda é muito". (Assessoria de
Imprensa da UnB)