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Biomédica associa gene a casos graves de câncer infantil
Lívia Fratini Dutra é graduada em Biomedicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2016, mesma instituição onde se tornou mestre em Ciências Médicas e atualmente é doutoranda em Biologia Celular e Molecular. Em ambas as etapas recebeu bolsas da CAPES. Em sua pesquisa, a biomédica identificou a associação de um gene aos casos mais graves de meduloblastoma, um tipo de câncer no cérebro que afeta crianças. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico internacional NeuroMolecular Medicine .
Fale sobre sua descoberta.
É a primeira vez que se identifica o gene ZEB1 como um biomarcador para meduloblastoma. Esse câncer tem quatro subtipos: WNT, SHH, Grupo 3 e Grupo 4. Nos dois últimos, que são os mais graves, uma maior quantidade de ZEB1 está ligada a um prognóstico pior, a uma menor sobrevida dos pacientes. O trabalho envolve três instituições: a UFRGS, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e o Instituto do Câncer Infantil (ICI).
O que é o ZEB1?
O gene ZEB1 regula o desenvolvimento do cerebelo, bem como de outros tecidos como ossos e retina. Ele é um fator de transcrição que regula a transição epitélio-mesenquimal, um processo importante para a sobrevivência do câncer. Comecei a trabalhar com ele no meu mestrado, com o aval do meu orientador, Rafael Roesler.
E como se deu a descoberta?
Já no mestrado obtive resultados
in vitro
com células de meduloblastoma. Aprofundei essas descobertas no doutorado, quando passei bastante tempo na análise de um banco de dados internacional alimentado pelas universidades. Foram mais de 800 tumores analisados, vendo a expressão e quantidade de ZEB1. Daí vimos que ele atuava de forma distinta nos diferentes grupos moleculares.
Qual o impacto desses achados?
Sempre somos positivos de que mais pesquisas serão feitas. Demos o pontapé inicial. Quando falamos de câncer pediátrico é mais difícil de prevenir. Não são tumores de adultos que você pode avisar para não fumar, passar protetor solar e não comer carne vermelha, por exemplo. Focamos muito no diagnóstico precoce, para modular mais cedo e ter abordagem terapêutica mais efetiva para os casos mais graves. Esses casos frequentemente têm recidiva; já no diagnóstico têm metástase.
Quais são seus próximos passos?
O mais imediato é continuar o meu projeto. Meu doutorado vai até 2023, tenho mais análises por fazer e a tese para finalizar. Mas é certo que pretendo continuar trabalhando pela ciência depois disso.
Legenda das imagens:
Imagem dentro matéria: Imagem durante a pesquisa (Foto: Arquivo pessoal)
A Coor
de
nação
de
Aperfeiçoamento
de
Pessoal
de
Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC)
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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