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Bioesponja descontamina oceanos e rios
Bolsista da Coordenação de Pessoal de Nível Superior (CAPES), José Yago Rodrigues Silva, químico doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência de Materiais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desenvolveu uma esponja biodegradável e reutilizável. A bioesponja, como foi chamada, é 100% sustentável e produzida a partir do alginato, um composto orgânico presente nas algas marinhas que é capaz de absorver rejeitos de petróleo em oceanos e rios.
Quais os objetivos da sua pesquisa?
A minha pesquisa teve como objetivo desenvolver uma bioesponja capaz de ser sintetizada em escala industrial para a descontaminação de águas poluídas com rejeitos orgânicos, sendo o petróleo o principal deles. Além disso procurei criar um produto que pudesse reutilizar os contaminantes extraídos das águas.
Qual a importância da sua pesquisa para o Brasil? E para o mundo?
O Brasil é um dos países com mais água potável no mundo e ainda se encontra em desenvolvimento. Logo, acidentes ambientais envolvendo contaminação de água são inevitáveis. O nosso produto é muito importante por ser capaz de reduzir e remediar os danos ambientais causados na água. Além disso, a bioesponja é de um produto de baixo custo e biodegradável.
O mundo exige a cada instante o cuidado com o meio ambiente. O Brasil é um dos grandes cenários que se encontram sob constante observação e fiscalização pela comunidade internacional devido às suas riquezas naturais. O desenvolvimento e a aplicação desse produto contribuiria para a formação de uma imagem positiva de desenvolvimento e preocupação com o meio ambiente. A ArqueaTec, startup de soluções biotecnológicas e sustentáveis voltada para a descontaminação e remediação de águas, que produz a bioesponja, segue as exigências globais e oferece um produto eficiente e biodegradável, apropriado para a descontaminação de água. Isso valoriza economicamente o produto e é essencial para a sociedade.
Como a sua pesquisa beneficia a sociedade?
Acidentes envolvendo a contaminação de águas são cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo como resultado negativo ocasionado pelo crescimento industrial. Em 2019 tivemos um dos maiores acidentes ambientais quando toneladas de petróleo apareceram na costa brasileira. Isso atingiu diretamente a economia local. Neste acidente fomos capazes de identificar a necessidade de desenvolver tecnologias capazes de enfrentar eventos catastróficos de forma a extinguir ou diminuir os impactos à saúde, ao meio-ambiente e econômicos para a sociedade.
O que ela traz de novidade diferente do que já existe na literatura?
A bioesponja apresenta uma fabricação simples, facilitando sua produção em escala industrial. É produzida com materiais biodegradáveis, baratos e de rápida e fácil remoção dos contaminantes propostos. Um fator positivo é a reutilização das bioesponjas e a capacidade de separação e recuperação dos contaminantes estudados. Sua aplicação em acidentes ambientais promove uma solução eficiente e de baixo custo, minimizando os impactos ambientais.
Quais foram os resultados?
A esponja mostrou uma eficiência de remoção acima de 99% para o óleo de motor usado e hexano. Além disso, o material pode ser reutilizado por mais de 10 vezes, perdendo apenas 20% da sua capacidade inicial. Como os resultados iniciais foram positivos, a bioesponja teve sua patente de registro depositada e ainda motivou a criação da ArqueaTec.
Qual a importância da CAPES no projeto
?
A CAPES entra como um órgão essencial no desenvolvimento e formação dos recursos humanos e financeiros para a manutenção de equipamentos essenciais à criação dos materiais.
Legenda das imagens:
Imagem 1:
Bioesponja pode ser reutilizada por mais de 10 vezes
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2:
José Yago Rodrigues Silva, doutorando em Ciência de Materiais da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
(Foto: Arquivo pessoal)
A CAPES é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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