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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Aulas virtuais: formação específica é tema de debate
Carlos Lenuzza, diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), mediou o painel Formação para a Docência Online , durante o II Encontro Internacional da Associação de Educação a Distância dos Países de Língua Portuguesa (EADPLP), nesta segunda-feira, 09. A reunião virtual contou com apresentação dos professores Vani Kenski e Mozart Neves, da Universidade de São Paulo (USP).
Lenuzza avaliou a importância da educação a distância (EaD), principalmente agora, com as dificuldades enfrentadas em todo o mundo por causa da COVID-19. Ele contou que no Brasil, desde 2013, percebe-se o avanço dessa modalidade na formação de professores: “no último Censo Escolar da Educação Brasileira, em 2019, houve o registro de que, pelo segundo ano consecutivo, a licenciatura em EaD superou a presencial, com 53% das matrículas”.
Segundo Vani Kenski, professora do programa de pós-graduação (PPG) em Educação da USP, os desafios do ensino online não são recentes, mas ações conjuntas como esse encontro promovido pela Associação podem garantir a atuação em rede, “buscando atingir de forma eficaz as condições para se fazer a melhor educação possível”. Para ela, o processo e a preocupação têm que ser com as pessoas. “Precisamos formar redes para juntos aprender e ensinar, transformar as pessoas mediadas pelos conteúdos”, afirma.
Mozart Neves, do Instituto de Estudos Avançados da USP, se diz “absolutamente favorável à construção conjunta, porque será a partir da contribuição e colaboração que vamos construir um mundo mais justo e a educação é fundamental para isso”. O professor contou aos pares sobre a Base Comum Curricular construída no Brasil e a recente base para formação inicial e continuada dos professores, com diretrizes e um conjunto de habilidades específicas, pensadas sobre três dimensões: conhecimento, prática e engajamento profissionais.
Atualmente, existem 260 milhões de falantes de português no mundo, com a previsão de se chegar a 400 milhões até o final deste século, de acordo com Paulo Dias, presidente da EADPLP. “Nunca é demais valorizar a importância de uma rede de formação de professores no espaço da lusofonia e valorizar a língua como instrumento de conhecimento e para nos afirmarmos em uma globalização que está em desenvolvimento”, ressaltou o presidente. Para ele, o ensino on-line e a formação de professores para uma escola do futuro é um grande desafio, “mas significa que temos ciência do caminho que precisamos seguir e, por isso, reforço a importância da inovação”.
Ao término, Lenuzza contou que na década de 1970, no Brasil, a discussão era o transporte escolar. “Agora se discute como levar as escolas para a casa da criança. Nosso investimento hoje não é mais na construção material e sim na construção intelectual. Isso se dá com grandes investimentos na conectividade”, disse o diretor.
EADPLP
A CAPES integra o Conselho Administrativo da organização, fundada em maio de 2018, na qual representa o Brasil. A Associação reúne universidades da Comunidade dos Países Lusófonos, assim como outras instituições de ensino superior ou entidades da sociedade civil nela filiadas, que tenham como missão a prática da educação a distância.
Além do Brasil, hoje compõem a organização: Moçambique, Angola, Cabo Verde, Portugal, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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