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Articulação entre pós-graduação e educação básica foi abordada na abertura da terceira semana de Avaliação Trienal
A terceira semana de Avaliação Trienal começa nesta segunda-feira, 14, na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ao todo, 300 consultores avaliarão cursos das áreas de Ciências Agrárias e Ciências Humanas. Na solenidade de abertura, a diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Capes, Carmem Moreira de Castro Neves, falou da emoção em participar deste momento, o qual ela considera histórico. "Participei das aberturas nas duas semanas anteriores e ouvi vários depoimentos sobre a articulação necessária e fundamental entre a pós-graduação e a educação básica".
Para a professora, o país não terá uma pós-graduação em números consideráveis e em qualidade se a educação básica não for forte. "Temos um gargalo muito grande no Brasil, mas não quero falar dele, mas sim de possibilidades, como a que está acontecendo hoje. Fechamos o edital do Pibid 2013 com 343 instituições e um pedido de 90.645 bolsas. O Pibid vem sendo reconhecido pelo alto potencial de mudança. Não há educação básica sem professores bem formados, competentes, comprometidos, criativos, capazes de inovação. Crianças e jovens formados com essa capacidade de criar, inovar, investigar, ir atrás das respostas e saber colocar perguntas serão grandes pesquisadores, investigadores, profissionais e grandes candidatos para a pós-graduação", concluiu.
O presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, disse que 1/3 das áreas possuem inserção direta com a educação básica, por conta dos cursos de licenciaturas e lembrou que o Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid) foi programado para chegar em 2014 com 100 mil bolsistas, que é o número de professores da educação básica que se aposentam por ano no Brasil. "A melhoria da educação básica é prioridade nacional e deve ser um dos maiores desafios que devemos enfrentar para, inclusive, não afetar o sucesso da nossa pós-graduação".
Conceito
Guimarães lembrou ainda que muitos reitores, pró-reitores, entre outros, têm receio dos cursos de nota 3. "Não é vergonha nenhuma ter um curso nível 3. Se ele permanece por muitos anos com essa mesma avaliação, aí sim é preocupante, porque pode ter nascido prematuro ou as autoridades das instituições não têm dado a importância devida. Mas a vergonha deve ser de não ter sequer um curso nota 3. Quantos departamentos conhecemos que não possuem nem a perspectiva de ter uma boa especialização? A nota 3 é um começo e há muitos casos de cursos que começaram com nota 1 e não foram recomendados, depois tiveram 3 e, hoje, são 6 e 7. Portanto, essa é a trajetória que nós esperamos que ocorra com a maioria dos cursos".
Sistema
O presidente lembrou ainda que as diretorias de Avaliação (DAV) e de Tecnologia da Informação (DTI) têm trabalhado juntas para tentar fazer com que a avaliação seja mais ou menos automática ao longo dos anos e falou sobre a
Plataforma Sucupira
que está avançada. "Sabidamente o modelo atual é muito trabalhoso, tem dificuldades, mas a evolução da tecnologia tem possibilitado avanços consideráveis", reconheceu.
Já o diretor de Avaliação, Livio Amaral, ressaltou o fato do sistema de avaliação ser algo particular, pois não existe nesse formato em outros países. "Nas oportunidades que temos de estar com colegas de outros países, escutamos que o nosso sistema de avaliação tem essa característica, que é uma experiência absolutamente importante e relevante. Temos que continuar preservando esse sistema, pois se ele é muito bom e reconhecido, temos que mantê-lo", afirmou.
Avaliação Trienal 2013
Na segunda semana de Avaliação Trienal, realizada de 7 a 11 de outubro, foram avaliados 1.213 cursos das grandes áreas de Ciências Sociais Aplicadas; Engenharias; Linguística, Letras e Artes; e Multidisciplinar, sendo 704 de mestrado acadêmico; 378 de doutorado; e 131 mestrados profissionais. Ao todo, 300 consultores participaram dos trabalhos.
Ao longo de quase 40 anos, a avaliação da Capes se consolidou como instrumento de grande importância para o Sistema Nacional de Pós-Graduação e para o fomento, tanto por parte das agências brasileiras, como dos organismos internacionais.
As atividades contarão, ao todo, com 1.200 consultores vindos de todas as regiões do país. Eles estarão distribuídos nas comissões das 48 áreas de avaliação durante quatro semanas de intenso trabalho. No total, serão avaliados 5.700 cursos de mestrado e doutorado. Todo o processo levará em consideração as atividades dos anos de 2010, 2011 e 2012 e serão consideradas todas as informações prestadas pelos cursos neste período.
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Fabiana Santos