Notícias
Alunos vivem o cotidiano do hospital de Medicina Tropical
Os 108 alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas vivenciam diariamente a realidade dos pacientes atingidos por doenças infecciosas e parasitárias endêmicas na região. Da parceria entre a instituição e o Hospital da Fundação Heitor Vieira Dourado, surgiu um espaço de referência em ensino, pesquisa e atendimento especializado nesses tipos de enfermidades.
“O fato de o programa funcionar dentro do hospital é uma grande vantagem, pois os alunos convivem com os problemas reais dos pacientes que buscam o atendimento e temos os diagnósticos atualizados”, argumenta o coordenador do programa, Wuelton Monteiro. O trabalho se adequa à linha de pesquisa conforme as próprias demandas da população. “Por atuar do diagnóstico ao tratamento intensivo, há uma retroalimentação constante pelo fato de saber quais as cargas reais dos problemas”, explica.
O curso de mestrado existe deste 2002 e o doutorado foi criado quatro anos depois. Dos pós-graduandos, 36 são bolsistas da CAPES. Grande parte dos que concluem o curso atua no próprio Sistema Único de Saúde (SUS) e leva a experiência da pós-graduação e do contato com os pacientes para as unidades de atendimento e pesquisa públicas e privadas e outras instituições de ensino.
O programa, que tem nota 5 na avaliação da CAPES, atua de forma interdisciplinar e multiprofissional, com alunos de diferentes áreas, como Biologia, Medicina e Educação Física. Por ser um estudo peculiar e referência na área, o curso atrai pesquisadores de outros estados e do exterior. Das linhas de pesquisa, se destacam as experiências com malária, animais peçonhentos, leishmaniose, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, doença de Chagas, hanseníase e arboviroses.
Pesquisadores estudam formas de conter a malária
Doença infecciosa causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles e endêmica em países tropicais, a malária é um dos principais focos de pesquisa do programa de pós-graduação da Universidade do Estado do Amazonas. Das formas de bloquear a transmissão ao tratamento das pessoas infectadas, diversos bolsistas da CAPES estudam meios preventivos e de cura.
A bióloga Glenda Ramos, por exemplo, estuda como bloquear a transmissão da doença. Ela pesquisa novos agentes que possam evitar a contaminação da população pelo mosquito. “Esse bloqueio de transmissão tem um impacto direto no número de casos da malária”, defende.
Desenvolver drogas que controlem a proliferação do vetor causador da doença é o objetivo do doutorando, João Arthur Alcântara, formado em educação física. A intenção dele é atender principalmente a população da zona rural: “É uma estratégia para diminuir e eliminar a malária”.
Já a biomédica Laila Barbosa coordena pesquisa que examina a baixa atividade de uma específica enzima nos doentes com malária, que precisam de um atendimento especializado: “Como o diagnóstico é um pouco difícil, meu projeto acompanha esses pacientes durante o tratamento, testando um método diferenciado, mas que seja seguro e possa ser feito em casa”.
Bolsa ajuda na dedicação exclusiva à pesquisa
Além de beneficiar estudantes brasileiros, a bolsa concedida pela CAPES tem contribuído para que pós-graduandos de outros países, que vivem realidades semelhantes à da Amazônia, possam participar do programa de Medicina Tropical. É o caso de Nádla Vega, médica de Honduras, que pesquisa no Brasil as neuroinfecções em pacientes com HIV/Aids: “Ao conhecer essas características, a abordagem do profissional de saúde será mais integral e melhor, e o paciente terá uma recuperação mais rápida”.
Para ela, a bolsa da CAPES é essencial. “A minha pesquisa precisa de muitas ferramentas de informática que são pagas, além da questão da minha subsistência aqui em Manaus”, explica. Seu objetivo é contribuir para a melhoria do atendimento aos brasileiros e hondurenhos, quando regressar ao seu país.
A possibilidade de se dedicar exclusivamente à pesquisa é um dos pontos principais elencados pelos pós-graduandos em relação à Bolsa da CAPES. “O tipo de estudo que faço não me permite realizar outra atividade, por isso esse auxílio é fundamental”, diz Laila Barbosa. “A CAPES me dá o apoio à uma dedicação maior para poder atingir meu objetivo de ajudar as pessoas que serão beneficiadas com os resultados do trabalho”, afirma João Arthur Alcântara.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CCS/CAPES