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RECONHECIMENTO
Abdias Nascimento entra para os heróis da pátria
O governo brasileiro inscreveu o nome de Abdias Nascimento no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O reconhecimento é dado a pessoas que tiveram papel de destaque na construção do Brasil, como Chico Mendes, Machado de Assis, Santos Dumont e Zumbi dos Palmares.
A entrada de Abdias para o memorial, que existe desde 1992 e fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, se deu pela Lei nº 14.800/2024, publicada nesta terça-feira, 9 de janeiro, no Diário Oficial da União. Na edição do dia anterior, personalidades como Luiz Gonzaga, músico e sanfoneiro, e os Lanceiros Negros, grupo de homens escravizados que lutou na Guerra Civil Farroupilha contra o império, também receberam o reconhecimento.
Para Elisa Larkin Nascimento, presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) e viúva de Abdias Nascimento, a homenagem “significa um reconhecimento pelo Estado brasileiro da necessidade de avançar em direção a uma sociedade com acesso aos direitos que o País oferece para todas as pessoas” com respeito, valorização e recuperação “das diferentes histórias e culturas que compõem o Brasil”. “Abdias Nascimento representa isso, sobretudo no que diz respeito ao povo negro”, afirma.
Na CAPES, o herói da pátria dá nome à principal política de ações afirmativas mantida pela Fundação em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC): o Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, criado em 2013.
Interrompido em 2022, o Programa foi retomado em junho de 2023 pela atual gestão, com previsão de R$600 milhões a serem investidos em ações afirmativas na pós-graduação e na formação de professores para a educação básica. Entre os temas englobados estão o combate ao racismo, a educação intercultural, a inclusão e a acessibilidade.
Abdias do Nascimento nasceu em 1914, em Franca, São Paulo. Foi artista, professor, político e ativista dos direitos humanos e um dos maiores defensores, no Brasil e no mundo, da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes. Fundou o Teatro Experimental do Negro, em 1944. Na política, exerceu os cargos de deputado federal (1983-1987) e senador (1997-1999). Ainda em 1983, apresentou projeto de lei no qual propôs “ação compensatória visando a implementação do princípio da isonomia social do negro em relação aos demais segmentos étnicos da população brasileira”. Faleceu em 2011, no Rio de Janeiro.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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