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8 DE MARÇO
Mulheres representam metade da força de trabalho do Cade e ocupam 44% dos postos de liderança da autarquia
Nesta terça-feira (08/03) é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 70, a data simboliza a luta das mulheres por igualdade de direitos. Embora muitos avanços tenham sido conquistados nas últimas décadas, no mercado de trabalho ainda há espaço para vitórias. De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 37% dos cargos gerenciais no Brasil são ocupados por mulheres.
No Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a equidade de gênero é uma realidade e os temas inseridos nessa agenda são foco de discussões e iniciativas promovidas pelo órgão. As mulheres representam 49% da força de trabalho da autarquia, e 44% dos postos de liderança de equipes são ocupados por elas.
Para Ana Paula Guimarães, chefe de gabinete da Presidência do Cade, fazer parte de um órgão com muitas colegas em cargos de chefia é um privilégio. “Trabalhar em um lugar onde a equidade de gênero não é apenas uma meta distante me dá algumas vantagens: sei que tenho espaço, respeito e oportunidades para crescer na minha profissão e tenho também como inspiração várias mulheres que ocupam cargos de liderança aqui”, conta.
Ana Paula acredita que a construção de um ambiente profissional inclusivo e justo reflete em outras vivências da mulher e, consequentemente, em toda a sociedade. “Melhores condições de trabalho garantem renda e autonomia financeira, que, por sua vez, resultam em situações domésticas mais paritárias no meio familiar. Há também um efeito de autoestima e mudança de paradigmas, de modo que mais mulheres empoderadas servem de exemplo para outras gerações”, avalia.
Para Cristina Portela, coordenadora-geral de gestão de pessoas do Cade, a busca de mais espaços para mulheres nas empresas representa o reconhecimento de características próprias associadas a cada gênero. “Quando olhamos para as mulheres é uma tentativa de reparação histórica da violação de inúmeros direitos. No âmbito do trabalho, é desconstruir crenças, enfrentar injustiças, diferentes tipos de violência e preconceitos”, acredita. Para ela, é motivo de orgulho fazer parte de um órgão no qual as mulheres ocupam importante espaço nas equipes e, também, nas lideranças.
Mulheres no antitruste
O antitruste brasileiro tem um histórico de grande participação feminina em posições de destaque. Carolina Helena Fontes, coordenadora-geral de análise antitruste, lembra que quando ingressou na antiga Secretaria de Direito Econômico, em 2009, tanto a secretária de Direito Econômico quanto a Diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica eram mulheres, com diversas colegas em posição de destaque. Em 2012, com a reestruturação do Cade, foi possível continuar observando grande presença feminina em postos de chefia.
“Percebo que estamos numa área onde as mulheres são valorizadas por sua competência, por isso ocupamos cargos de gerência. Eu recebi o convite para chefiar a Coordenação-Geral de Análise Antitruste 03 durante a minha primeira licença maternidade e me senti valorizada nesse momento enquanto profissional, e também enquanto mulher”, ressaltou, lembrando que isso ainda não é a realidade para a maior parte das mães no mercado de trabalho.
Carolina também lembrou que o direito da concorrência brasileiro conta, ainda, com diversas advogadas de extrema competência e reconhecidas internacionalmente. Um exemplo desse reconhecimento é a atuação da Rede Women in Antitrust, que tem como missão aproximar mulheres com carreiras focadas na defesa da concorrência para compartilhar experiências de carreira, liderança, visibilidade e respeito profissional.
Internacionalmente, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também tem uma forte agenda relacionada à gênero e competição, incentivando a produção científica no tema e iniciativas relacionadas à inclusão de mulheres.