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DEFESA DA CONCORRÊNCIA
Estudantes da UnB vencem segunda edição da WICADE
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizou, no último sábado (19/11), em parceria com a Rede Women in Antitrust (WIA), a cerimônia de premiação dos vencedores da WICADE - 2ª Competição WIA-Cade de Direito Concorrencial. A iniciativa envolveu na disputa mais de 100 estudantes de Direto e Economia, além de coaches e servidores orientadores.
Entre as 17 equipes inscritas, 15 se enfrentaram nas rodadas orais e duas chegaram na final: representantes da Universidade Federal de Pernanbuco (UFPE) e da Universidade de Brasília (UnB), vencedores da edição deste ano. Ao todo, foram mais de 60 avaliadores de memoriais e conselheiros fictícios, além de mais de 35 painéis.
A competição consiste em um julgamento simulado de Direito Concorrencial, a segunda deste tipo no Brasil, visando difundir o estudo da área entre os estudantes universitários. As rodadas orais aconteceram entre os dias 17 e 19 de novembro, com a presença de estudantes, profissionais do antitruste e representantes do Cade e da Rede WIA.
Na abertura, o superintendente-geral do Cade Alexandre Barreto falou sobre a importância da iniciativa, ressaltando que o trabalho desenvolvido pela rede WIA cumpre um papel importante na afirmação do papel da mulher na defesa da concorrência. “A realização de um evento como esse consegue aliar a questão da valorização feminina no antitruste com um evento acadêmico de altíssimo nível”, disse.
A diretora da WIA Lílian Melo ressaltou a importância da iniciativa para as novas gerações que pretendem atuar na área concorrencial, destacando o alto rendimento que os estudantes apresentaram na competição.
A procuradora-chefe do Cade Juliana Domingues, por sua vez, observou a dedicação dos estudantes, professores, patrocinadores, coaches e servidores do Cade. “A ideia dessa competição é muito bonita, tem paridade de gênero e inclusão. Ver essas equipes com esse movimento, essa juventude tão capaz é um orgulho imenso”, disse.
Experiências
A estudante de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcela Luna, destacou como “uma experiência inovadora” a sua participação na competição. Segundo ela, a UFPE que, até então, não tinha uma tradição de atuar no antitruste, agora se prepara para fomentar estudos na área. “A ideia é criar uma liga de direito concorrencial, com o objetivo de incentivar os acadêmicos que querem atuar na defesa da livre concorrência no país”, afirmou.
Victor Alves, universitário da USP Ribeirão Preto, disse que participar da competição foi uma oportunidade de crescimento profissional. "Eu sempre fiquei na dúvida se advocacia era algo para mim, mas a experiência como orador de um caso me fez perceber que eu realmente quero atuar no combate à infrações econômicas", pontuou.
Para Julia Namie, membro da comissão organizadora do evento, a avaliação foi positiva e a expectativa é que a terceira edição seja ainda melhor. “Foi gratificante ver o empenho dos alunos e o crescimento de todos ao longo da competição. Temos certeza que o evento deste ano foi mais um passo importante para a democratização e a difusão do ensino do Direito Concorrencial no Brasil. Esperamos que a competição do ano que vem seja ainda maior”, disse.
Encerramento
A grande final da competição contou com a participação de três profissionais da área antitruste como conselheiros do Tribunal Administrativo: Alexandre Barreto, atuou como presidente da sessão, além de Juliana Domingues e Lílian Marques, como conselheiras da autarquia. As alunas Júlia Meira e Fernanda Nascimento Gurgel, integrantes da equipe da UFPE, e Roney Olímpio, do time da UnB, representaram as empresas fictícias Calopsita e Arara Azul.
Após as sustentações orais das equipes e as réplicas, os conselheiros deliberaram sobre a performance dos estudantes. Ao proferir a decisão do tribunal, Barreto enfatizou o alto nível das equipes finalistas, lembrando que a decisão não foi fácil. “A escolha foi tomada nos detalhes, utilizamos alguns critérios como a oratória, desenvoltura, conhecimento do caso e a capacidade de adaptação e exploração. Todos vocês são vencedores. Terem se organizado para vir a Brasília, ao Cade, à UnB, para participar dessa competição é uma demonstração da competência, da garra e do compromisso de vocês”, afirmou.
Por fim, Lilian Melo pontuou sobre o caráter inclusivo do programa que, entre os requisitos para inscrição, exige que ao menos 50% dos competidores de cada equipe sejam mulheres. “Muito do que nos move na WIA é a inclusão. Temos um caminho grande para percorrer. Ver que conseguimos realizar uma competição com esse alto nível, com cotas femininas, é uma evidência que estamos no caminho certo e, certamente, alcançaremos resultados”, finalizou.
Além da equipe vencedora da segunda competição de Direito Concorrencial, foram anunciados os vencedores nas categorias melhor memorial em nome da representada, melhor memorial em nome da representante, e melhor orador. A cerimônia está disponível no canal do Cade no YouTube, e pode ser acessada a qualquer momento.
Confira os premiados:
- Melhor Memorial em nome da Representada
- 3º lugar: Equipe UFMG
- 2º lugar: Equipe FGV
- 1º lugar: USP São Paulo
- Melhor Memorial em nome da Representante
- 3º lugar: Equipe USP São Paulo (B)
- 2º lugar: Equipe UFPE
- 1º lugar: Empate entre Equipe UFMG e Equipe USP São Paulo (A)
- Melhor Orador (a)
- 3º lugar: Mariana Clara Silveira Torres (UFPE)
- 2º lugar: Empate entre Julia Meira (UFPE) e Gabriela Gurgel (UnB)
- 1º lugar: Fernanda de Brito Freire do Nascimento (UFPE)
- Melhor Equipe (Classificados para Quartas de Final)
- USP Ribeirão Preto
- UFMG
- FGV
- Insper (A)
- Semifinalistas
- USP (A)
- USP (B)