Emanoel de Araújo, o mestre das obras
Coedição Editora Garamond/FBN
Emanoel Araújo é um dos raros indivíduos negros a transitar pelos espaços de prestígio e poder na nossa sociedade. Sua trajetória como artista plástico, editor, designer, criador de museus, curador e gestor público sempre teve como meta prioritária a produção de conhecimento acerca do legado africano no Brasil.
Ao seu modo, Araújo vem realizando uma poderosa ação valorizativa da população negra ao mostrar com imagens que o racismo é, sobretudo, fruto da ignorância acerca do outro. Em tempos de discussões acirradas, e nem sempre produtivas, sobre o papel das ações afirmativas e a questão do mérito, vale a pena conhecer um personagem com esse perfil e essa estatura.
Oriundo do interior da Bahia, ainda jovem Emanoel Araújo veio a adquirir consciência política em Salvador, nas atividades do Centro de Cultura Popular da UNE. Com o passar do tempo, assumiu uma dupla indignação: primeiro, com a situação do país ante a ordem autoritária estabelecida com o golpe de 1964; depois, com o esquecimento de seu povo, mulheres e homens negros historicamente preteridos, aquela gente que no dizer de Frantz Fanon seriam os condenados da terra. Ao final de quatro décadas de trabalho, após dirigir a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu de Arte da Bahia, Araújo realiza o seu projeto mais ambicioso: a criação do Museu Afro-Brasil, em São Paulo, cujo acervo nos permite sérias reflexões sobre a construção da cidadania do povo negro. Acompanhar a trajetória, a obra e o pensamento de Emanoel Araújo é também a forma de reeducar os nossos olhos e as nossas mentes.
(trecho da orelha do livro)
Publicado em
21/11/2024 13h06
Atualizado em
21/11/2024 15h38
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Autor(es):
Nelson Inocêncio
Atualizado em
21/11/2024 15h38