O CANCIONEIRO DOS PERIÓDICOS da Fundação Biblioteca Nacional ∫ 1842-1922 ∫ VOLUME 1

O cancioneiro dos periódicos, produto final da grande pesquisa de Alberto Pacheco, é um marco maior no estudo, no resgate e na divulgação da canção brasileira produzida de 1842 até 1922; um período de 80 anos fechado por um dos mais importantes eventos culturais da história brasileira: a Semana de Arte Moderna. O cantor, professor e musicólogo apresenta, inicialmente, um escrito detalhado da evolução histórica das publicações dos periódicos e das diversas formas como era cantada a música “saloteira”, de início com muita raiz eminentemente popular e atualmente já trabalhada por uma coletividade mais culta. O termo “música saloteira” era considerado pejorativo e sinônimo de música de baixa qualidade para os pseudoeruditos. Hoje, o termo mudou de valor e passou a ser elogioso. Saloteiros eram todos como Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Ernesto Nazareth (1863-1934) e, pasmem, até mesmo Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) com suas Canções sem palavras. Pacheco esclarece e informa os caminhos que nossa canção seguiu e também os apoios editoriais que os, digamos, beneméritos periódicos deram à nossa música, salvando, quem sabe, muitas composições da irremediável perda total. Mas o que coroa a pesquisa é a antologia de 60 canções em suas diversas formas, dançantes ou não, que entregará aos musicistas as obras para o que chamaremos de consumo. Para o fazer musical. A obra apresenta, para a escolha e interpretação futura em concertos, gravações ou estudos, uma variedade de músicas cuidadosamente revistas e editoradas pelo musicista e pesquisador. Lá estão 49 compositores, entre conhecidos e esquecidos, representados pelo resultado de suas criações. Algumas, certamente, encontrarão maior ou menor apreciação, mas o importante é a riqueza de obras agora ao alcance de todos os interessados.