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Personagens da Biblioteca Nacional – Raul Pompéia
Raul de Ávila Pompeia
Raul de Ávila Pompeia nasceu no dia 12 de abril de 1863, em Jacuecanga, no município de Angra dos Reis (RJ). Seus pais eram o advogado Antônio de Ávila Pompeia e a dona-de-casa Rosa Teixeira Pompeia. Com a mudança de sua família para o Rio de Janeiro foi interno no abastado Colégio Abílio, sendo um aluno aplicado e dedicado à leitura, além de um bom desenhista e caricaturista. No internato, redigiu e ilustrou – de próprio punho – o jornalzinho “O Archote”. Em 1879, estudou no Colégio Pedro II e publicou, no ano seguinte, o seu primeiro livro, “Uma tragédia no Amazonas”.
Mudou-se para São Paulo, no curso de Direito da Faculdade do Largo São Francisco. Conheceu Luís Gama e se envolveu com as causas abolicionista e republicana. Ainda em São Paulo, colaborou com Luís Murat, Raimundo Correia, Fontoura Xavier, Valentim Magalhães e Teófilo Dias, na criação de diversas gazetas.
Retornou ao Rio de Janeiro e tornou-se redator em vários jornais, com destaque para o “Gazeta de Notícias”, onde publicou, em 1888, uma de suas obras mais consagradas – “O Ateneu: crônica de saudades” – considerado um representante do Impressionismo no Brasil. Escreveu ainda sob pseudônimos, como Pompeo Stell, Raulino Palma e Rapp.
Com a abolição da escravidão – em 1888 – Pompeia passou a se dedicar mais à causa republicana e em 1890 esteve muito ativo nos debates políticos dos anos iniciais da República. No mesmo ano assumiu o cargo de secretário da Academia de Belas Artes e no ano seguinte passou a lecionar na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1893, a publicação de sua charge “O Brasil crucificado entre dois ladrões”, lhe rendeu severas críticas – lideradas por Olavo Bilac – pois teceu ataques ideológicos aos ingleses e portugueses.
Em 1894, o presidente Floriano Peixoto o nomeou diretor da Biblioteca Nacional. Em sua gestão, a instituição estabeleceu uma parceria com o Ministério de Relações Exteriores para o levantamento e a cópia de material referente às questões territoriais brasileiras e suas fronteiras com países vizinhos. Após um inflamado discurso defendendo Floriano Peixoto em seu enterro, foi demitido da direção da Biblioteca Nacional, pelo então Presidente da República – Prudente de Morais –, que considerou ofensivas as suas colocações. Seu posicionamento ainda lhe rendeu atritos com Luís Murat – um velho amigo –, que escreveu um artigo chamado “Um Louco no Cemitério”.
Descontente, amargurado e sentindo-se humilhado pela indiferença dos jornais em lhe dar espaço para uma resposta, suicidou-se – com um tiro no coração – na noite de natal do dia 25 de dezembro de 1895. Deixou um legado de várias crônicas, cantos e poemas, além de três romances. A maior parte de sua produção literária ficou nos jornais em que colaborou. Pompeia foi escolhido por um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras – Domício da Gama – para ser o patrono da cadeira n. 33 da instituição.
Para ler o romance “O Ateneu: crônica de saudades”, acesse:
http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasraras/bndigi...
Para ler o primeiro livro de Raul Pompeia, “Uma tragédia no Amazonas”, acesse:
http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasraras/or1440...
Para conhecer um pouco mais sobre Raul Pompeia, acesse o dossiê digital “Biblioteca Nacional – 200 Anos”:
http://bndigital.bn.gov.br/dossies/biblioteca-nacional-200-anos/os-perso...
Para ler o “Jornal do Commercio (SP)”, periódico o qual Raul Pompeia foi colaborador, acesse:
http://memoria.bn.gov.br/DocReader/713074/1