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Escritor e ilustrador lançou o livro “Papai pintava” na Biblioteca Nacional, na última sexta-feira (23/08)
Odilon Moraes doa ilustração inédita para o acervo da FBN
Na manhã da última sexta-feira (23/08), a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) - entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) – foi palco do lançamento do livro “Papai Pintava”, do escritor e ilustrador Odilon Moraes. O evento contou com a mediação da Daniela Padilha (Jujuba Editora) e com a presença de um público atento e participativo. Assista ao vídeo completo neste link.
“Papai Pintava” foi inspirado na relação do autor com seu pai. A história é contada por um menino que vai descobrindo e acompanhando o pai através da sua relação com a pintura, em uma jornada silenciosa onde a arte se torna a ponte para um diálogo profundo e cheio de significado. A narrativa captura a essência dos laços familiares e a beleza da expressão artística.
Ao final do evento, após a seção de perguntas do público, Odilon Moraes doou uma ilustração inédita para o acervo da FBN, inaugurando uma série de doações de autores contemporâneos para a Brasiliana da Literatura Infantil e Juvenil - portal que abriga dezenas de obras brasileiras acessíveis gratuitamente em formato digital. A ilustração é baseada no livro “Papai Pintava” - apesar de não fazer parte da publicação - e foi feita para o postal que acompanha o livro.
A editora Daniela Padilha falou sobre a importância de lançamentos literários na Biblioteca Nacional: “É muito importante a gente pensar nesse espaço público abrindo espaço para a literatura infantil contemporânea: uma discussão tão atual, do livro ilustrado, neste órgão centenário que guarda a memória nacional”.
Daniela ressalta a profundidade da obra de Odilon Moraes, autor com seis livros lançados pela Jujuba Editora: “A obra do Odilon tem um ponto muito importante, que é trazer temas que, muitas vezes, os adultos ocultam das crianças, quase como um tabu: morte, tristeza, relações silenciosas... Ele abre espaço para esses temas que não são apenas de adultos ou de crianças, são humanos. Creio que por esta razão ele também interessa aos adultos, pois ele alcança as infâncias das pessoas. É uma obra de extrema importância”, afirma.
Odilon Moraes comemorou o lançamento de sua nova obra na instituição cultural mais antiga do país: “Em geral, imaginamos uma biblioteca apenas como um lugar repleto de livros - e não como um lugar vivo, com pensamento em movimento. Achei muito gostoso saber que isso está sendo cada vez mais trazido para cá. Foi um grande prazer participar deste início de uma nova fase da Biblioteca Nacional”, disse. Ao ser perguntando sobre a “responsabilidade” de escrever para crianças, Odilon afirmou:
“Quando escrevi o livro, pensei: ‘essa não é a história que meu pai lembra’. Essa é a minha memória da relação com meu pai. Ou seja, não é a história dele, mas a minha - embora eu esteja contando sua história. Para meus filhos, também: a minha história com eles é uma, mas aquela que eles lembrarão é outra. Então, nossa história com alguém pode ser interpretada de formas diferentes pelo outro. Sempre prenso na maneira como a pessoa que recebe vai ler aquilo”, concluiu.
Acervo
A chefe da seção de Iconografia da FBN, Diana Ramos, ressalta a importância deste tipo de doação: A maior parte do acervo da Biblioteca Nacional é de livros. Mas a seção de Iconografia tem um espaço muito importante para memória nacional: temos o maior patrimônio de imagens do pais. Quando um artista produz um livro e, além do Depósito Legal, ele nos doa um original de arte, esse material vem somar a este acervo de imagens que fica também como patrimônio público, para a memória de produção intelectual e artística do pais”.
Sobre Odilon Moraes
Nascido na cidade de São Paulo, em 1966, mudou-se com poucos meses de vida para com a família para o interior do estado, onde viveu até entrar na faculdade e retornar à capital. Cursou arquitetura, mas sua paixão por livros e desenhos o levou a trabalhar com ilustração. Expoente na ilustração de livros para crianças, já ilustrou mais de 50 publicações, tendo recebido prêmios como Jabuti. Prêmio Ofélia Fontes e Adolfo Aizen – este último, da União Brasileira de Escritores. Em 2002, lançou “A princesinha medrosa”, pela Companhia das Letras), o primeiro livro em que fez as ilustrações e os textos. Desde então, já lançou neste formato os livros “Pedro e Lua” (2004) e “Olavo” (2018), ambos pela Jujuba Editora.