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O desastre de Chernobyl
Usina Nuclear de Chernobyl - Jornal do Brasil
Há 34 anos o mundo assistia estarrecido a um dos maiores desastres ambientais de nossa geração: o acidente na Usina Nuclear de Chernobyl, em Pripyat-Ucrânia, região pertencente à antiga União Soviética (URSS). Não conseguindo conter a explosão, a URSS pediu auxílio internacional, expondo ao mundo o risco da utilização daquele tipo de energia.
As primeiras notícias informavam que os mais afetados seriam habitantes mais próximos à usina e que água e leite estariam proibidos para consumo. De acordo com a Manchete, de 1986, os habitantes mais distantes sofreriam menos as consequências da radiação desprendida com a explosão do reator nuclear, notícia que foi refutada posteriormente, já que os efeitos de contaminação atingiram solo, ar e água a vários quilômetros do epicentro do desastre. A comoção internacional logo deu lugar a uma preocupação: havia outras usinas em funcionamento na União Soviética, e no mundo inteiro. Haveria mais alguma em risco? Segundo o Jornal do Brasil, a URSS desligou outras usinas nos meses que se seguiram ao desastre (http://memoria.bn.br/DocReader/030015_10/120742).
E no Brasil? Na revista Manchete, a usina brasileira em Angra dos Reis – Rio de Janeiro – foi alvo de reportagens que visavam compreender seu funcionamento e os eventuais riscos de seu uso (http://memoria.bn.br/DocReader/004120/238088 e http://memoria.bn.br/DocReader/004120/238092). O Jornal do Brasil também nos mostra as preocupações sobre Angra dos Reis, em reportagem de maio de 1986 9http://memoria.bn.br/DocReader/030015_10/114329).
Para cobrir o núcleo do reator, que ficou exposto após a explosão, medidas severas de contenção precisaram ser tomadas. Uma delas foi a construção de uma gigantesca sepultura de concreto, com várias camadas, para que a radiotividade fosse contida, conforme relata a Manchete, de 1986 (http://memoria.bn.br/DocReader/004120/238288).
Apesar das 31 mortes diretas, oficialmente informadas, parecerem um número baixo, os efeitos do acidente seriam descobertos muitos anos mais tarde. Atualmente estima-se que possa haver em torno de 16 mil mortos, em decorrência da contaminação por radioatividade e seus efeitos, na Europa. (Raquel Ferreira)