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Destino será a Estação Antártica Comandante Ferraz
Marinha do Brasil transporta última leva de livros da FBN em 2024
- Foto: Flavia Werneck Machado
No último domingo, 6 de outubro, o Navio Polar Almirante Maximiano, da Marinha do Brasil, partiu rumo à Antártica, integrando a 43ª Operação Antártica. Uma de suas muitas missões é transportar uma carga de publicações editadas pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) - entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) - para a biblioteca da Estação Antártica Comandante Ferraz. Esta foi a segunda leva de livros enviada para o polo da FBN na Estação - a primeira foi em 2023.
O envio de livros para o continente gelado é possível graças à parceria firmada no ano passado, entre a FBN e a Marinha do Brasil, no âmbito do Serviço Nacional de Intercâmbio Bibliográfico. O programas foi instituído pelo governo federal em 2003, sob responsabilidade da FBN, e prevê a troca de livros entre Brasil e outras nações. O acordo já possibilitou o envio de mais de 7.500 livros, nos últimos dois anos, para dezenas de instituições e bibliotecas ao redor do mundo.
Em 2024, a Marinha enviou livros para 28 localidades, além da Antártica: África do Sul, Alemanha, Angola, Antártica, Argentina, Benin, Cabo Verde, Camarões, Chile, Colômbia, Costa do Marfim, Eslovênia, Estados Unidos, Espanha, França, Gabão, Gana, Grécia, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Holanda, Inglaterra, Itália, México, Namíbia, Nigéria, Peru, São Tomé e Príncipe, Senegal.
No ano passado, também foram entregues publicações nos seguintes países: Alemanha, Antártica, Cabo Verde, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Portugal, São Tomé e Príncipe.
A coordenadora-geral do Centro de Processamento e Preservação da FBN, Gabriela Ayres, fala sobre a seleção de instituições para o envio de livros:
“A Biblioteca Nacional mantém Serviço de Intercâmbio Bibliográfico, conforme Decreto n. 20.529, de 16 de outubro de 1931, revigorado em 2003 que regula o cumprimento das obrigações do Brasil como país aderente à Convenção de Bruxelas, de 15 de março de 1886, relativo às permutas bibliográficas internacionais. Esse dispositivo apresenta-se como objetivo basilar de nossa cooperação internacional, e é determinante em nossa relação exterior com outras instituições Nacionais de memória e saber. A partir da colaboração fundamental da Marinha do Brasil, conseguimos retomar nosso envio de publicações ao exterior a partir de 2023, seguindo o itinerário preestabelecido de roteiros que incluíam países signatários da Convenção e suas Bibliotecas Nacionais, como os citados acima”, afirma.
“Reforçamos nosso agradecimento à Marinha do Brasil e o nosso compromisso com o acesso à cultura a nível nacional e internacional. E essa iniciativa fortalece a missão da Biblioteca Nacional, como instituição de Estado”, completa Gabriela Ayres.
Internacionalização
A parceria com a Marinha do Brasil é uma das ações no sentido da internacionalização da FBN, uma das principais agendas do presidente da instituição, Marco Lucchesi. Neste sentido, Lucchesi também tem dado especial atenção a projetos de cooperação com outras bibliotecas nacionais: o presidente da FNB já assinou, desde o início de seu mandato, acordos de entendimento/ cooperação com as seguintes instituições: Biblioteca Nacional da República Dominicana, Biblioteca Nacional de Cuba, Biblioteca Nacional da Colômbia, Biblioteca Apostólica Vaticana, Biblioteca Nacional da Argentina.
Outro projeto importante para a internacionalização da FBN existe há mais de 30 anos: o Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, realizado em cooperação com o Instituto Guimarães Rosa, do Ministério das Relações Exteriores. Somente em 2023, 114 obras, de 105 autores brasileiros, foram traduzidas para publicação em 34 países (veja no mapa os países contemplados pelo Programa em 2023).
“A diplomacia do livro não conhece fronteiras. Promove a cultura da paz e do diálogo. A Biblioteca Nacional do Brasil promove em alto grau o soft power. Cumpre sua missão de Estado. Fonte permanente de orgulho para o Brasil. Compromisso com a memória viva e o diálogo entre as civilizações”, afirma o presidente da FBN, Marco Lucchesi.