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Perfil | Luiz Barros Montez pesquisa a expedição científica austro-bávara no Brasil entre 1817 e 1835 nos acervos da Biblioteca Nacional à luz das relações políticas entre Brasil e Áustria durante seu transcurso
Luiz Barros Montez, pesquisador e bolsista do Programa de Apoio à Pesquisa da Biblioteca Nacional.
A expedição capitaneada por naturalistas austríacos e bávaros no Brasil foi o mais importante acontecimento científico de alemães no século XIX, e marcou profundamente nossas relações com o mundo germânico. Organizada pelo governo austríaco, por ensejo do casamento da arquiduquesa Leopoldina com o príncipe herdeiro português Pedro de Alcântara, a expedição integrou a comitiva que aqui aportou em 1817, trazendo a futura imperatriz do Brasil. O governo bávaro, que igualmente decidira aproveitar a ocasião do casamento, enviou ao Brasil os naturalistas Spix e Martius, cujas coleções e atividades científicas nas terras brasileiras os tornariam célebres posteriormente. O empreendimento científico estendeu-se por longos 18 anos, até 1835, quando finalmente retornou à Europa Johann Baptist Natterer, o último remanescente da expedição. A iniciativa mobilizou à época vultosos financiamentos e recursos materiais, o que evidenciava os interesses geopolíticos e econômicos dos Estados alemães pelo Brasil no contexto pós-napoleônico. A presente pesquisa lança luz sobre estes interesses, na medida em que amplia a documentação sobre o desenvolvimento das ciências naturais ao longo do processo de formação e consolidação da nação brasileira, respectivamente no período imediatamente anterior e posterior à proclamação de nossa Independência. Para a consecução da presente investigação, a pesquisa se propõe a levantar e analisar documentos sobre a expedição na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Luiz Barros Montez é professor titular da Faculdade de Letras da UFRJ, com Doutorado em Letras (Língua e Literatura Alemã) pela Universidade de São Paulo (1999). Realizou estágios de pós-doutorado na Universidade de Viena (2009-2010) e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2018). Coordena o grupo de pesquisa LIEDH - Linguagem e Discursos da História, credenciado junto à Fundação Biblioteca Nacional (http://www.liedh.letras.ufrj.br/). Atualmente aposentado, desenvolve centralmente pesquisas sobre e traduções de relatos de viajantes alemães ao Brasil nos séculos XVIII e XIX. Neste mesmo período, lhe interessam a literatura de língua alemã e o desenvolvimento da filosofia da linguagem e da história. Autor, entre outras obras, do livro Relatos de viajantes alemães no Brasil Oitocentista: uma abordagem interdisciplinar, a ser publicado em breve pela Editora 7 Letras, com apoio da Faperj.
Currículo Lattes do pesquisador: http://lattes.cnpq.br/8594082791155756