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Henry Faulds, da cerâmica à impressão digital
Em 1 de junho de 1843 nasceu Henry Faulds, médico escocês que observou marcas de dedos nas cerâmicas encontradas em escavações arqueológicas no Japão, na década de 1870, e a partir de então passou a estudar as impressões digitais como meio de identificação de indivíduos, as quais sugeria serem imutáveis ao longo da vida.
Henry Faulds foi enviado ao Japão em uma missão médica pela United Presbyterian Church, em 1874. Estabeleceu um hospital missionário em Tsukiji, Tóquio, criou uma pequena escola de medicina e ajudou a fundar em 1880 uma escola para cegos (Kunmoin), também em Tsukiji.
Amigo de Edward Sylvester Morse, zoólogo norte-americano e estudioso da cerâmica japonesa, Faulds notou as impressões digitais deixadas pelos antigos oleiros nas peças arqueológicas. O material que lhe serviu de observação era limitado, impreciso, e passou a interessar-se pelos sulcos da pele dos dedos humanos e de animais.
Na carta intitulada “On the skin-furrows of the hand”, publicada na revista Nature, em 28 de outubro de 1880, Faulds menciona que coletou impressões digitais de pessoas de várias nacionalidades, analisou a simetria das marcas e descreveu padrões encontrados. Procurou desvendar possíveis relações entre as marcas, a nacionalidade e as características físicas das pessoas, bem como relações entre a similaridade das marcas e a hereditariedade. Inicialmente, observava os próprios dedos das pessoas e só depois passou a analisar as marcas impressas em papel, descrevendo como obtê-las.
Sugeriu a identificação científica de criminosos pela análise das impressões digitais, que também poderiam ser evidências negativas de autoria ou responsabilidade. Soubera que tal prática já era conhecida na China, mas não pôde obter informações mais precisas quanto a isso. Não se surpreenderia se os chineses já tivessem conhecimento dessa forma de identificação, o que confirmaria a sua descoberta e seria uma grande fonte de estudos antropológicos.
Faulds foi um dos pioneiros no desenvolvimento de técnicas de identificação de impressões digitais e outros nomes contribuíram para o mesmo propósito, como Francis Galton e William James Herschel.
*Imagem: http://memoria.bn.br/DocReader/116300/87053