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Freire Alemão, o médico do Imperador D. Pedro II
Imagem de “Estudos botânicos e descrições de plantas brasileiras” (1834-1866) compostos por 17 documentos que totalizam 3850 páginas.
Médico particular de D. Pedro II, Francisco Freire Alemão e Cisneiro (1797-1874), diplomou-se como cirurgião pela Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro, em 1827, assim como doutorou-se em medicina na Universidade de Paris, em 1831. Por ter conseguido curar D. Pedro II de uma enfermidade, foi designado como médico da Imperial Câmara em 1840.
Em seguida, no ano de 1843, integrou a comitiva imperial encarregada de acompanhar a vinda da então princesa D. Teresa Cristina, noiva do Imperador brasileiro, de Nápoles ao Rio de Janeiro. Finalmente, entre 1859 e 1861, foi chefe da seção Botânica da Comissão Científica de Exploração proposta pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A Comissão foi um dos marcos para a afirmação de uma ciência nacional, ou seja, feita por brasileiros a fim de conhecer temas brasileiros.
A Coleção Freire Alemão – guardada pela Divisão de Manuscritos da Fundação Biblioteca Nacional – é composta por estudos e desenhos sobre medicina e botânica; notas de expedições e pesquisas; diários pessoais; correspondência enviadas pelo titular e recebidas de diversas personalidades da História brasileira; documentos referentes a escravos; arquivos referentes à expedição ao Ceará, com desenhos de Reis de Carvalho.
Dentre as inúmeras cartas e anotações que compõem a Coleção Freire Alemão da BN, algumas atestam que a ameaça à vida humana engendrada por epidemias tem uma longa relação com a História do Brasil. As correspondências trocadas e as observações escritas pelo médico também servem como evidências históricas das nossas estratégias e capacidade de superação a tais ameaças à saúde pública como, por exemplo, a instituição de uma Junta de Higiene (1850) e de uma medicina mais social e preventiva em decorrência da febre amarela.
(Allan Carlos dos Santos)