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FBN apresenta a mostra “Cavaleiros em Marcha: 100 anos da Coluna Costa-Prestes no Acervo de Manuscritos”
A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) – apresenta a mostra “Cavaleiros em Marcha: 100 anos da Coluna Costa-Prestes no Acervo de Manuscritos”. A mostra ficará em cartaz até dezembro e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, na Seção de Manuscritos, no 3º andar da Biblioteca Nacional, no Centro do Rio. A seleção dos documentos foi feita pela servidora e bibliotecária da FBN, Ana Lúcia Merege, com acervos provenientes de diferentes coleções da instituição.
A Coluna Prestes foi um desdobramento do chamado “movimento tenentista” que ocorreu na década de 1920. O movimento se caracterizou pela insatisfação dos militares de baixa patente (daí “tenentes”) com o governo oligárquico da Primeira República, personificado por Artur Bernardes, que presidiu o Brasil entre novembro de 1922 e novembro de 1926.
As primeiras revoltas do tenentismo tiveram lugar no Rio de Janeiro e em Mato Grosso. A mais famosa foi a do Forte de Copacabana, em 1922, ainda sob o governo de Epitácio Pessoa. Em 1924 houve levantes noutras regiões, com destaque para a Revolta Paulista, liderada por Miguel Costa e pelo general reformado Isidoro Dias Lopes. Após ter ocupado a cidade de São Paulo durante algumas semanas, as forças revolucionárias se retiraram, indo parar em Foz do Iguaçu.
Meses mais tarde, a elas se juntaram tropas provenientes do Rio Grande do Sul, comandadas por vários oficiais. Seu líder mais proeminente era Luís Carlos Prestes, capitão do 1º. Batalhão Ferroviário, que tinha como proposta transformar a guerra de trincheiras em guerra de movimento. Com isso pretendia causar impacto e criar uma aura de força e poder por onde seu exército passasse.
A marcha da Coluna Prestes, ou Coluna Costa-Prestes, se iniciou “oficialmente” em abril de 1925. Seus ideais eram semelhantes aos do movimento tenentista: defendiam a derrubada do governo de Artur Bernardes, a moralização da política, o cumprimento da Constituição de 1891, entre outras medidas políticas, econômicas e sociais.
Reunindo mais de 1.500 pessoas, entre as quais muitas mulheres – que não apenas acompanhavam os rebeldes, mas tomavam parte ativa na luta –, eles percorreram cerca de 25.000 Km em território brasileiro, passando por doze estados e combatendo as forças militares leais ao governo. Não sofreram derrotas, pelo que passaram a ser conhecidos como “Coluna Invicta”. No entanto, seus esforços para mobilizar a população civil não tiveram o resultado pretendido, o que, somado ao desgaste da marcha e do combate, os levou a depor as armas em fevereiro de 1927.
Os documentos expostos na mostra testemunham os fatos e as circunstâncias em que se deu a marcha da Coluna Prestes, a qual, embora não tenha realizado seu intento, contribuiu para a mudança política que levaria ao fim da Primeira República.