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Dia de Libertação da África
Mapa da África
Mobilizados pelo ideal do pan-africanismo, líderes políticos de mais de 30 nações africanas se reuniram em Adis Abeba, Etiópia no ano de 1963, com o objetivo de formular ações de combate ao colonialismo europeu no continente africano. Em prol da emancipação dos povos africanos, a Organização da Unidade Africana (OUA) tinha entre suas diretrizes a luta contra o subdesenvolvimento africano e a promoção da integração e solidariedade africanas.
Anos depois, em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu o dia 25 de maio como o Dia da Libertação da África. A data consagra os esforços de chefes de estado junto aos povos africanos pela soberania da África. Nesse período, 2/3 do território tinham conquistado a independência, enquanto a África do Sul, Rodhésia e colônias portuguesas organizavam suas lutas pela libertação e enfrentavam a violência do apartheid. Em 1991, a OUA criou a Comunidade Económica Africana. Somente em 2002, a OUA foi substituída pela União Africana, organização em vigor atualmente.
A história da organização revela papel importante no apoio aos movimentos democráticos ao redor da África, bem como na sustentação das negociações políticas com o eixo europeu. Outras medidas consoantes aos princípios pan-africanos são: a reestruturação espacial do continente por meio de remanejamentos dos grupos étnicos, realocando grupos que compartilham da mesma cultura e separando grupos rivais, como forma de contornar as estratégias dos colonizadores europeus que, propositalmente, dividiam e mesclavam grupos oponentes, agravando as tensões político-sociais; restabelecimento das práticas religiosas; valorização das línguas nativas, sumariamente proibidas pelos colonizadores. Apesar dos desafios de ordem prática, afinal de contas trata-se de 54 países de culturas, idiomas e políticas distintas, entusiastas do pan-africanismo acreditam que as marcas do colonialismo europeu e a herança diaspórica atuam como importante denominador comum na emergência de políticas públicas para África como um todo. Para o século XXI, a União Africana apresenta no seu escopo o incremento da produção agrícola e segurança alimentar, a definição de critérios mais rigorosos para manipulação dos recursos naturais e políticas públicas mais atentas às mudanças climáticas.
De acordo com o discurso emitido na edição de comemoração do Dia da Libertação da África em 2019, o presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat salientou os esforços da organização para o ingresso dos jovens ao mercado de trabalho, a luta pela igualdade de gênero, o empoderamento das mulheres, e o combate às doenças e às pandemias, que continuam a assolar o continente africano.