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Premiação completou 30 anos com duas novas categorias e número recorde de inscrições
Cerimônia de entrega do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2024
A última sexta-feira (13/12) foi um dia de celebração para a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC): no Auditório Machado de Assis, na sede da FBN, foi realizada a cerimônia de entrega do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2024, edição que marca os 30 anos de uma das premiações mais importantes na cena literária brasileira. A edição deste ano contou com duas novas categorias: Histórias em Quadrinhos (Prêmio Adolfo Aizen) e Ilustração (Prêmio Carybé). O número de inscrições foi recorde na história do Prêmio: mais de 2,8 mil. O presidente da FBN, Marco Lucchesi, fez o discurso de abertura da cerimônia.
“É motivo de alegria ver como e quanto a capacidade dos jurados na prospecção, e dos premiados que aqui se encontram, produz resultado tão importante para redefinir - como se fosse uma espécie de antena, de sismógrafo - a complexa, rica, ampla e fascinante literatura brasileira, que vai ganhando horizontes, metas, formas de expressão, diversidade. Isso nos deixa muito orgulhosos e felizes, acontecendo aqui na Biblioteca Nacional”, afirmou.
“O fato de arregimentarmos e darmos espessura maior aos prêmios, como uma estratégia de visibilidade, em uma área tantas vezes eclipsada como a literatura, é já uma ideia de vitoriosas partes: os que se inscreveram, os que concorreram, os primeiros lugares e a própria Biblioteca Nacional, que com tenacidade e obstinação vem realizando esse prêmio que completa 30 anos”, completou Marco Lucchesi.
O vídeo com a íntegra do evento pode ser assistido no link: https://www.youtube.com/watch?v=FzP0JEY__rA&t=2493s
Premiação
Durante a cerimônia foram entregues, por coordenadores da FBN, os certificados para os três primeiros colocados em cada uma das doze categorias - além dos troféus aos vencedores. Alguns premiados não puderam comparecer ao evento e enviaram representantes. Leia, abaixo, trechos das falas de premiados presentes na cerimônia:
“Gostaria de agradecer muito à Biblioteca Nacional, acho que e fundamental... E, principalmente, ao meu mestre Augusto Boal, sobre quem fiz uma pesquisa de mais de 10 anos. Também à minha companheira, Débora Neves, que que não pôde estar aqui, pois sem ela eu não conseguiria fazer o livro”. Geo Britto, 3º colocado na categoria Ensaio Social (Prêmio Sérgio Buarque de Holanda), com o livro "Augusto Boal e a formação do Teatro do Oprimido" (Mórula e Expressão Popular).
“Esse livro nasceu junto com a minha filha. Eu dedico a ela, porque fala sobre o passado e tenta construir um futuro diferente”. Lucas Pedretti, 2º colocado na categoria Ensaio Social (Prêmio Sérgio Buarque de Holanda), com o livro "A transição inacabada: Violência de Estado e direitos humanos na redemocratização". (Companhia das Letras).
“Estou muito emocionado. Quero agradecer muito à Biblioteca Nacional por esse prêmio. Isso é uma forma de incentivar, de motivar a produção literária, a pesquisa histórica. Boa parte da pesquisa que fiz foi a partir dos jornais digitalizados da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, instituição que agradeço imensamente. Agradeço também à editora e aos jurados, por terem tido esse olhar para o que eu contei nesse livro”. Walter Fraga, 1º colocado na categoria Ensaio Social (Prêmio Sérgio Buarque de Holanda), com o livro "Longe, muito longe" (Companhia das Letras).
“Bem-vindos, amigos e amigas, meu povo: estou muito feliz de estar aqui! Meus antepassados todos estão aqui, se agraciando com esse prêmio que, graças à seriedade da Biblioteca Nacional, estamos tendo a grande honra de receber”. Ademario Ribeiro Payayá, 1º colocado da categoria Histórias de Tradição Oral (Prêmio Akuli), com o livro "Os indígenas, a Mãe Terra e o Bem Viver" (Editora Moderna).
“Quero agradecer muito à Biblioteca Nacional. Uma honra e uma alegria estar aqui recebendo um prêmio com o nome de uma pessoa que foi minha amiga, Sylvia Orthof. Dedico esse livro ao Gustavo, meu irmão gigante, que não está aqui. Mas, mais do que tudo, a todas mães de pessoas com autismo e todas as pessoas que merecem nosso respeito e nosso olhar”. Márcio Vassallo, 1º colocado na categoria Literatura Infantil (Prêmio Sylvia Orthof), com o livro "Um gigante tão pequeno" (Abacatte Editorial).
“O meu chão é o chão da escola. Então, hoje deixo aqui a escola do Brasil: a escola rural, a escola quilombola, a escola de aldeia, a escola que recebe a gente. Lá, naquela escola, nós somos grandes escritores. As crianças olham pra gente e falam: ‘eu vou escrever uma história também’. É isso que deixo para a literatura brasileira: vocês têm que acreditar na infância, na juventude - são eles que vão construir histórias melhores. E a gente quer histórias melhores, sim! Muito obrigado”. Penélope Martins, 3ª colocada na categoria Literatura Juvenil (Prêmio Glória Pondé), com o livro "Pés descalços" (Editora do Brasil).
“Resolvi escrever sobre a história de uma lasquinha de lápis que estava sobre minha mesa. Se é algo que vem do seu coração, você consegue escrever sobre qualquer coisa. Aí, a ideia começou a crescer e a virar um objeto mágico, como o livro se chama. A editora Melhoramentos acreditou no projeto, e depois vieram outros objetos mágicos, outras histórias que eu lia para minha filha à noite e ela adorava. E hoje estou aqui, e é bem louco isso. Não imaginava que eu fosse ganhar. Tem tantos amigos que concorreram também, e estão de parabéns... Quero agradecer à Biblioteca Nacional, à mina filha - que leu essas histórias durante a pandemia - à minha noiva, Laila, à minha família, e principalmente ao meu pai, que não pôde ler esse livro”. Fábio Yabu, 1º colocado na Literatura Juvenil (Prêmio Glória Pondé), com o livro "Pequenos Objetos Mágicos" (Melhoramentos).
“Muito obrigado à Biblioteca Nacional, a vocês que estão aqui, às editoras que fazem esse trabalho hercúleo, porque não é fácil publicar livro no Brasil. Eu queria dar um muito obrigado especial aos leitores de poesia, que não é um gênero fácil, é muito desafiador para os leitores, em especial. Então, agradeço muito aos leitores de poesia”. Juliana Krapp, 3ª colocada na categoria Poesia (Prêmio Alphonsus de Guimaraens), com o livro "Uma volta pela lagoa" (Círculo de Poemas).
“Eu queria agradecer, antes de tudo, à Fundação Biblioteca Nacional, e à comissão julgadora. Um trabalho como esse de tradução, sobretudo de livros do século XVII, escritos em latim, foi extremamente complicado, e não poderia ser um trabalho solitário. Queria agradecer ao revisor técnico, professor Luís Oliva, da USP, ao meu ex-orientador Homero Santiago, também professor da USP, ao Cristino Rezende - que fez a introdução e posfácio. Eu já tinha cansado de traduzir, e esse prêmio agora me motivou a traduzir mais um livro. Samuel Thimounier, 3º colocado na categoria Tradução (Prêmio Paulo Rónai), com o livro "Tratado da emenda do intelecto, de Espinosa, Tschirnhaus e Schuller" (Autêntica).
“Só posso agradecer à Biblioteca Nacional e à comissão. Não sei se fico satisfeito um pouco constrangido de estar recebendo, na frente do Marco Lucchesi e do Leonardo Fróes, um prêmio de tradução. Tomo a premiação como um prêmio para um velho usuário da Biblioteca Nacional, desde os anos 70. Obrigado!”. Julio Castañon Guimarães, 1º colocado na categoria Tradução (Prêmio Paulo Rónai), com o livro "Prosa, de Charles Baudelaire" (Companhia das Letras).
Ao final do evento, o público apreciou a apresentação do violoncelista Hugo Pilger.