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Cerâmica no Liceu de Artes e Ofícios
Cerâmica no Liceu de Artes e Ofícios
Lembrando em 28 de maio o ceramista e sua arte que transcende tempos e distâncias, trazemos uma foto da oficina de cerâmica do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, registrada no início do século XX, possivelmente na década de 1910.
Idealizado pelo arquiteto Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, o Liceu foi fundado em 1856, com o intuito de oferecer instrução artística, técnica, profissionalizante, teórico-prática e gratuita, contribuindo para a formação de artífices e operários, qualificando essa mão de obra com o ensino do desenho e das ciências aplicadas às artes decorativas e industriais.
Para o ofício de oleiro (profissional que trabalha em olaria), por exemplo, previa-se o estudo das matérias teóricas: aritmética, geometria, física e química aplicadas, desenho de figura humana, desenho geométrico, desenho de ornatos, desenho de arquitetura civil, escultura de ornatos, pintura e estudos à têmpera.
Na foto, vemos à esquerda Isaltino Alves Barbosa, professor de desenho de ornatos, escultura, modelagem e cerâmica no Liceu. Foi aluno de gravura de Carlos Oswald na mesma instituição, aluno da Academia Imperial de Belas Artes, desenhista, pintor, caricaturista e, como ilustrador, colaborou em periódicos como Rio-revista (1895) e Thebaida (1895). O capítulo XXXVI da série “O século boêmio”, escrito por Ruben Gil e publicado no periódico Dom Casmurro, é dedicado à vida de Isaltino (Dom Casmurro, Rio de Janeiro, 10 de julho de 1943, http://memoria.bn.br/DocReader/095605/2669).
No centro da foto, o rapaz descrito como “um oleiro” não pôde ser identificado. À direita vemos Laurindo de Azevedo Ramos, escultor, autor de obras como a estátua em bronze do Padre Cícero, situada na Praça Padre Cícero em Juazeiro do Norte (http://memoria.bn.br/docreader/340901/4987), e os bustos de João do Rio (http://memoria.bn.br/docreader/025909_02/4997) e do rei Alberto I da Bélgica (http://memoria.bn.br/docreader/124451/7251), no Rio de Janeiro. O artigo “Esperança que se tornou realidade”, escrito por Ercole Cremona (pseudônimo de Adalberto Mattos) comenta a obra de Laurindo (O Malho, Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1923, n. 1110, http://memoria.bn.br/docreader/116300/51860).
A fotografia pertence ao “Álbum de artistas”, v. 1, doado à Seção de Estampas da Biblioteca Nacional por M. Nogueira da Silva em 1932.
Explore o álbum: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon276572_276573/icon276572_276573 .pdf