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Centenário de Carlos Scliar
Imagem da obra Cavalete II, de 1955.
“Quando eu pinto, eu estou fazendo a minha política, e a minha política é tentar pintar o melhor possível” (Carlos Scliar, 1920-2001)
Há 100 anos nascia, em Santa Maria (RS), o artista plástico Carlos Scliar. Influenciado por Portinari, a sua obra é marcada por um desejo de aproximação à realidade brasileira. Ao retornar da campanha da FEB na Segunda Guerra Mundial, publica o álbum “Les Chemins de la Faim” (Os Caminhos da Fome), na Paris de 1947, com ilustrações que tratam da violência do agreste e integram a edição francesa do romance “Seara Vermelha”, de Jorge Amado. Entre 1956-1957, colabora com trabalhos gráficos para a peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes. Faz trabalhos para o filme “Rio Zona Norte” (1957), de Nelson Pereira dos Santos e, em 1966, realiza seu primeiro painel público, no edifício sede do Banco Aliança, projetado pelo arquiteto Lucio Costa na Praça Pio X (RJ).
Com efeito, no final da década de 1950, começam a surgir os elementos da pesquisa em pintura que Scliar desenvolve entre as décadas de 1960 e 1990, tais como a exploração da cor, o uso da colagem, o equilíbrio no arranjo dos objetos cotidianos e a introdução de segmentos verbais. Com isso, Scliar torna ambígua e complexa a relação entre figura-fundo, na qual, segundo o poeta e crítico Ferreira Gullar, demonstra sua assimilação particular do legado cubista.
(Allan dos Santos)